Uma manifestação por justiça climática no Egito

Minha experiência participando de uma manifestação por justiça climática no Egito, país onde manifestações são proibidas, com meninas egípcias.

Por Livia Chaves Marcolin

Olá!! Eu sou Lívia Chaves Marcolin, sou ativista socioambiental da Fridays for Future Brasil, e estive presente na COP 27, conferência da ONU sobre as mudanças climáticas, no Egito. Nesse texto, eu venho contar para vocês sobre minha experiência em uma manifestação para Justiça Climática durante o evento. Esse artigo conclui uma série de 3 textos sobre a minha participação na Conferência, como jovem comunicadora, ativista pelo clima e palestrante. Você pode ler o meu primeiro texto aqui, e o segundo aqui.

Você sabia que no Egito há uma ditadura onde é proibido se manifestar? Pois é, mas dentro do espaço onde ocorreu a COP 27 foram permitidas manifestações – algo que jamais poderíamos fazer nas ruas do país onde a conferência foi sediada.

A manifestação que participei começou após uma plenária de discursos da juventude global sobre justiça climática. No final, todos os palestrantes e ouvintes saíram diretamente para a área externa do espaço, coletando faixas e materiais para a manifestação. Lá, carreguei uma faixa que dizia “Kick the Big Polluters Out” (expulse os grandes poluidores), em conjunto com três garotas egípcias muçulmanas, das quais uma tinha apenas 17 anos. Conversando com elas, descobri que aquela foi a primeira manifestação de que participaram, e elas estavam muito felizes por poderem fazer parte daquele momento. 

Imagem: Arquivo Pessoal Autora

Conversar com essas jovens ativistas foi uma das experiências mais engrandecedoras dessa viagem para mim. Muitas vezes nós, do ocidente, sobrepomos nossas culturas às não ocidentais, e acreditamos que devemos impor nossos costumes, pensando que não temos nada a aprender com as formas diferentes de se viver. E essa experiência me mostrou o contrário: que SEMPRE, todas as pessoas têm muito a aprender umas com as outras simultaneamente.

Conversando com pessoas egípcias eu aprendi muito sobre humildade, receptividade e afeto. As pessoas de lá me receberam muito bem, e me ensinaram muito sobre sua forma de enxergar o mundo, que é muito diferente da nossa. Essas meninas que foram à manifestação me fizeram entender que são protagonistas dos avanços de seu país e da sua cultura – e fiquei lisonjeada por estar ao lado delas.

E vocês? Já participaram de alguma manifestação e se posicionaram politicamente para reivindicar os seus direitos?

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