Tecnologia para a neutralidade climática

Magway: uma nova forma de entrega em domicílio .

Por Jenny Daniela Salazar Zapata

Tradução: Monise Berno

A COP26 é um espaço para políticos pactuarem o caminho para a neutralidade climática. No entanto, é também uma oportunidade empolgante para as startups experimentarem tecnologias que podem nos ajudar a atingir nossas metas. Tivemos a oportunidade de conversar com Phil Davies, cofundador da Magway, um sistema de entrega com emissões zero, de baixo footprint e alta capacidade.

Jenny Zapata: O que trouxe Magway à COP26? 

Phil Davies: O que nos levanta de manhã e nos mantém no escritório até tarde da noite é a sustentabilidade. Somos uma solução de entrega sustentável e trabalhamos em colaboração com pessoas com ideias semelhantes para enfrentar a ameaça mais existencial à nossa sobrevivência e salvar o nosso planeta.

JZ: Quais são suas expectativas para a COP26?

PD: A COP26 reúne pessoas de todo o mundo para enfrentar essa crise. Temos líderes mundiais, o papa, o presidente dos EUA, o primeiro-ministro do Reino Unido e Greta Thunberg. É um lugar onde jovens e velhos tentam coletivamente resolver esse problema. Acho que juntos podemos superar essa crise climática.

JZ: Como a Magway contribui para mitigar a crise climática?

PD: O que nossa tecnologia faz é combinar tecnologias novas e antigas. Atualmente, quando você faz um pedido online, é muito fácil: com o clique de um botão você pode ter qualquer coisa. Essas mercadorias são recolhidas e entregues por veículos muito poluentes que congestionam as nossas estradas. A nossa solução, tirar esses veículos da estrada e devolver o espaço à cidade e aos seus cidadãos, é holística. Então, basicamente transportamos essas mercadorias solicitadas por meio de dutos subterrâneos com uma solução de emissão zero fornecida por ondas magnéticas.

JZ: Como funciona essa tecnologia?

PD: Adotamos uma abordagem digital em relação ao design de nosso sistema. Os próprios tubos são uma tecnologia testada e comprovada: engenheiros de todo o mundo estão instalando os tubos para nós em uma base industrial. Projetamos o sistema para coletar toda a carga de informações que analisamos para otimizar o sistema. Também projetamos um “gêmeo” digital de nosso sistema para entregá-lo a cidades ao redor do mundo, para que esses locais possam se familiarizar com suas implicações. Dessa forma, as cidades podem entender o custo de instalação do sistema e seus impactos no meio ambiente. Quando estiver pronto, instalaremos a Magway de uma forma holística para torná-la interativa com o mundo ao seu redor. 

JZ: O impacto ambiental é muito claro. Como você equilibra isso com fatores sociais e de governança?

PD: Estamos promovendo a diversidade em nossa organização, somos orientados para as pessoas. Queremos incentivar a próxima geração de engenheiros a vir através de nossa organização e se envolver com as comunidades locais em torno de nosso espaço em nossos escritórios em Wembley, mas também de forma mais ampla. Existe um desafio ‘lego’ quando o assunto é transporte; conseguimos engajamento de escolas que estavam projetando novos sistemas. A visão do futuro não se trata de carros voadores, mas de espaços abertos.

A governança é gerida de trás para a história em vez de para a frente. Se você olhar como ferrovias, serviços públicos e canais foram implantados, inicialmente eles eram propriedade de organizações privadas. Então você teve consolidação, nacionalização e regulamentação. Mas se você pensar no Google e no Facebook, eles apenas tinham regulamentação, então, eventualmente, esperamos que haja regulamentação e consistência para construir nossa rede. Na verdade, iremos inicialmente instalar a Magway em sites privados, conectando armazéns, entrega em aeroportos, então iremos construir a rede em uma escala maior.

JZ: Quais são os próximos passos para a Magway?

PD: Assinamos nosso primeiro contrato no início do ano com alguns clientes. Temos vários outros sistemas dedicados que estamos analisando, não apenas para uso exclusivo de uma organização. Também temos uma rota multiusuário no oeste de Londres, com 16 km de extensão. Estamos chamando-a de “zona de frete de emissão zero de West London”, por isso cria um modelo para outros locais no Reino Unido. Também temos grandes organizações de varejo, logística, software, engenharia e armazenamento para fazer isso acontecer.

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