Ser jovem na periferia, gênero e mobilidade são temas de live no Dia Internacional da Juventude
Cinco jovens do projeto ‘Geração que Move’ conversaram com Kauanne Patrocínio sobre estes temas em transmissão ao vivo no canal da Viração Educomunicação no Youtube
Por Redação AJN
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Dia 12 de agosto é o Dia Internacional da Juventude. A data foi criada em 1999, pela resolução 54/120 da Organização das Nações Unidas, logo após uma conferência mundial que discutiu o tema. É um dia para celebrar a potência das juventudes e, por todo o mundo, são organizadas atividades que promovem ações de grupos e organizações que impulsionam as juventudes para o futuro. No Brasil, o decreto Lei nº 10.515, de 2002, instituiu o 12 de agosto como o Dia Nacional da Juventude.
Em 2020, a ONU elogiou o engajamento das juventudes do mundo que, mesmo em meio à pandemia de Covid-19, que afetou fortemente as rotinas e os projetos de vida pelo isolamento social e pelo aumento das desigualdades, se organizam e erguem a voz em nome da justiça racial, do meio ambiente, por igualdade de gênero e por seus direitos básicos.
Para celebrar neste ano, a Viração Educomunicação reuniu cinco jovens mulheres participantes do projeto Geração que Move, uma parceria do UNICEF Brasil com a Fundação Abertis, Arteris; implementado pela Viração em São Paulo e pela Agência de Redes Para Juventude no Rio de Janeiro – em uma conversa com Kauanne Patrocínio sobre ‘Juventude periférica, gênero e mobilidade’ – em ocasião do Dia Internacional da Juventude, transmitida ao vivo pelo Youtube.
Durante uma hora, as jovens Giovanna Feliciano, Isabelle Moura, Kauanny souza, Luziana Flora e Thamires Ribeiro, moradoras do Jardim Ângela e do Grajaú, distritos da Zona Sul de São Paulo, conversaram com Kauanne Patrocínio, jovem moradora de São Miguel, na Zona Leste da capital.
Na conversa, todas trocaram suas experiências enquanto mulheres moradoras das periferias e a convivência com valores do patriarcado e do racismo, sobre as dificuldades de mobilidade dentro da cidade que acabam contribuindo para a manutenção das diferenças entre jovens do centro e jovens periféricos.

A geografia de São Paulo entrou na pauta, com uma apresentação que comprovou as barreiras arquitetônicas que aumentam a disparidade na oferta de serviços e espaços de cultura e lazer nas regiões da cidade. O acesso a serviços de saúde e à educação também foram pauta do bate-papo, que terminou com uma rodada de respostas à perguntas e comentários feitos por quem acompanhou a transmissão ao vivo.
A íntegra da live Juventude periférica, gênero e mobilidade // Geração que Move SP está no canal da Viração no Youtube. Assista:
Sobre as participantes
Giovanna Feliciano tem 17 anos e é estudante do ensino médio. Mora no distrito do Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo.
Isabelle Moura tem 16 anos, é dançarina contemporânea e se define como “mini-artista”. Mora no distrito do Grajaú, na Zona Sul de São Paulo.
Kauanny Souza tem 18 anos e é estudante do ensino médio. Gosta de cantar, dançar e atuar. Mora no distrito do Grajaú, na Zona Sul de São Paulo.
Luziana Flora tem 16 anos, é estudante do ensino médio e participante do grêmio escolar. Mora no distrito do Grajaú, na Zona Sul de São Paulo.
Thamires Ribeiro tem 18 anos e é estudante de Geografia. Apaixonada por arte, literatura, música, poesia e teatro. Mora no distrito do Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo.
Kauanne Patrocínio tem 17 anos e mora em São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo. É estudante de dramaturgia, co-fundadora da Cia. EmQuadro e empreendedora social. Seu projeto discute violência doméstica e empoderamento feminino dentro de escolas públicas – sendo financiado pela iniciativa UNICEF, a partir do programa “Chama na Solução” em 2018 e reconhecido como iniciativa de enfrentamento à violência a mulher pela segunda edição do Prêmio Viva, organizado pela Marie Claire e Instituto Avon. Atualmente atua como embaixadora do movimento pelo Dia Internacional da juventude Brasil e é mobilizadora social pelo programa de voluntariado #tmjUnicef para o enfrentamento à disseminação de fake news sobre o COVID-19 nas redes sociais.
Sobre o Geração que Move
O ‘Geração que Move’ é um projeto que tem como foco principal discutir os desafios, impactos e discriminações que adolescentes e jovens das periferias enfrentam em relação ao acesso a direitos previstos no Estatuto da Juventude e Estatuto da Criança e do Adolescente, com foco nas questões vinculadas ao direito à cidade.
Por meio de oficinas educomunicativas, prevê a criação de ações de comunicação e projetos de intervenção local no Grajaú e Jardim Ângela, regiões situadas na periferia da cidade de São Paulo, por parte dos/das jovens participantes.