Residência Cultural quebrando preconceitos contra a Cultura Marginal
Duelo entre os participantes da oficina
Pela Rede de Jovens Comunicadores do Semiarido Mineiro
A Residência Cultural é um projeto idealizado pela ONG Oficina de Imagens e tem como objetivo o desenvolvimento de oficinas culturais em algumas cidades que aderem a essa metodologia de trabalho. Os oficinantes convidados ficam hospedados numa casa durante todo o tempo de oficinas, daí o nome Residência Cultural. Esse tempo pode ser de um a dois meses.
Além de desenvolver um trabalho com a comunidade eles elaboram suas próprias produções artísticas.
Aconteceu em Franciscópolis nos dias 23, 24 e 25 de Janeiro a primeira Residência Cultural com o professor de Hip Hop Geffeti de Carvalho da cidade de Contagem.
A realização do evento foi possível através de uma parceria com o pólo da Rede de Jovens Comunicadores do Semiárido Mineiro de Franciscópolis, Paróquia Nossa Senhora da Glória e a Prefeitura Municipal.
As oficinas aconteceram no Salão Paroquial e foram divididas em dois períodos com 20 participantes entre crianças, adolescentes e jovens.
No período das 17:00 horas às 19:00 horas foi reservado aos participantes iniciantes e das 19:00 horas às 21:00 horas para os participantes de nível avançado.
No primeiro dia o professor Geffeti contou a história do hip hop que surgiu em 1968 nos Estados Unidos na cidade de Brooklyn. Falou sobre os principais MC’s e DJ’s que inventaram uma forma diferente de mixagem surgindo então as primeiras batidas do hap. Além de explicar as técnicas e as origens de cada passo onde alguns foram inspirados no forró, frevo e salsa.
Os participantes da oficina estavam motivados e aprenderam a fazer vários passos.
No dia 25 de Janeiro aconteceu uma Intervenção Urbana de Hip Hop na praça principal da cidade, organizada pela Equipe TV de RUA. Mostrando para as pessoas a Cultura Marginal e quebrando paradigmas de que Hip Hop é sinônimo de bandidagem. O evento marcou a conclusão dos trabalhos da Residência Cultural
Muitas pessoas foram prestigiar e participar do movimento. Wélita Lopes de 20 anos disse: “foi muito interessante, estou impressionada com o grande público que compareceu. Gostei muito de ver as apresentações, não sei como que eles conseguem fazer esses passos tão complicados.”
Débora Oliveira, oficinante de 19 anos falou que “a intervenção foi muito bacana além de ser um evento cultural e divulgar o trabalho que foi realizado na oficina teve um outro ponto relevante que é a discussão a respeito do preconceito da Cultura Marginal e os meninos do Arte Break, que é um grupo de Hip Hop da cidade, passam por essa situação principalmente na escola onde alguns professores os criticam de uma forma injusta e preconceituosa.”
Bruno Vilela da Oficina de Imagens disse que é muito legal o intercâmbio Franciscopolis e Contagem”
O momento mais esperado foi o duelo entre os dançarinos que conquistou muitos aplausos do público e houve também a participação de outras pessoas que não estavam na oficina onde os b.boys mirins roubaram a cena.
“A Residência Cultural trouxe uma grande contribuição para o fortalecimento do movimento de Hip Hop que já existe na cidade. O professor Geffeti destacou outros aspectos da dança que é de revolta e de protesto com as injustiças sociais e o desprezo político dos problemas enfrentados nas comunidades carentes. Além desses objetivos a galera de Franciscópolis tem uma barreira a ser quebrada que é o preconceito, falta de espaços e de projetos para a juventude e o Hip Hop é uma forma de ser utilizada para reinvidicar esses direitos”, afirma Renata Morais integrante do TV de RUA.