São Paulo – 21ª Parada do Orgulho LGBT, com o tema Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei. Todas e todos por um Estado laico, na Avenida Paulista (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Representatividade LGBT importa!

|Por: Anny Romão, do Engajamundo, e Wesley Matos, da Agência Jovem de Notícias, São Paulo (SP)| Foto: Rovena rosa / Fotos Públicas (28.06.2017)

 

O Dia Internacional do Orgulho LGBT Foi comemorado no dia 28 de junho, e durante todo o mês, em diversas partes do Brasil e do Mundo, rolou a Parada do Orgulho LGBT. E foi lindo! Muita cor, muito brilho, muita música. Milhares de pessoas lotaram ruas inteiras pelos direitos LGBT, afinal, a Parada vai além de um carnaval fora de hora.

No Brasil, o tema da Parada foi “Independente de nossa crenças, nenhuma religião é Lei! Todas e todos por um Estado Laico.” A escolha da temática foi inspirada no contexto político atual, em que a bancada religiosa do Congresso tem contribuído para o retardo e até mesmo retrocesso dos direitos da população LGBT, resultando, assim, no aumento da LGBTfobia no país.

A LGBTfobia se dá a partir da disseminação de “valores” que repreendem, machucam e matam pessoas, em nome das “crenças” de outras. E essas “outras” pessoas são “cidadãos de bem”, são vizinhos, professoras, pais, ou até mesmo você, que está lendo este texto.

Comentários como “Nossa, que desperdício!”, “Deixa de ser viado, mano!”, ou “Homem não chora”, fazem parte do vocabulário popular e, sim, são comentários LGBTfóbicos! Pois é, a LGBTfobia está aí, no dia a dia, nas pequenas frases. “É um problema estrutural da sociedade, passa muitas vezes despercebida, pode ser reproduzida até mesmo por você, cidadão de bem.”, conta AA*, membro da comunidade LGBT.

Durante anos, a causa LGBT tem lutado pelos direitos de seus associados e simpatizantes, buscando promover mudanças estruturais na sociedade. O movimento tem papel fundamental no acolhimento, educação, mobilização e defesa dos direitos da população LGBT.

Foto de Raul de Lima, do Engajamundo

As incompreensões relativas à causa e à população LGBT são enraizadas ainda na infância, como desabafa AA. “Eu fico muito surpreso sobre a forma fluída que a LGBTfobia é repassada, não é difícil encontrar crianças, muito pequenas, já reproduzindo atos LGBTfóbicos. Uma vez no ensino fundamental, um garoto tirou uma foto minha no intervalo e editou, colocando vários ‘adereços femininos’, e saiu mostrando para a turma toda, todos deram risada.”

O preconceito e discriminação deveriam ser inconcebíveis. As experiências vividas pela comunidade LGBT, no entanto, as situações horríveis, constrangedoras e violentas, são corriqueiras. Agressões físicas e verbais, perda de oportunidades profissionais, bullying e até homicídios, são atos de discriminação comuns motivados pela LGBTfobia.

Hoje, o Brasil ocupa o vergonhoso primeiro lugar em homicídios de LGBTs nas Américas. De acordo com o último relatório da ILGA (Associação Internacional de Lésbica, Gays, Bissexuais, Transgênero e Intersexuais), em 2016 foram registradas 340 morte por motivação homofóbica.

Diante disso, percebe-se que o movimento LGBT é fundamental não apenas na reivindicação e defesa dos direitos da população LGBT, mas também na luta por aceitabilidade, respeito, tolerância e dignidade, pois ainda há muito o que ser feito.

O fato é que a diversidade sempre existiu, só precisava ser exposta para promover reflexões e debates sobre como os seres humanos devem ser ou agir. Somos seres diversos e devemos, no mínimo, respeitar as diversidades e o modo de ser de cada um, independente de orientação sexual, religião, cor e tudo mais!

Ver +

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *