Rede Brasileira das Cidades em Transição realiza primeiro encontro nacional na Cúpula dos Povos

O conceito de Cidade em Transição foi criado pelo inglês Rob Hopkins em 2004 para designar a ideia da transformação das cidades para modelos mais sustentáveis, integradas à natureza, menos dependentes do petróleo e resistentes à crises externas, tanto econômicas quanto ecológicas. Na tenda G – Maria Bonita, no dia 19 de junho, a partir das 15h, na Cúpula dos Povos, aconteceu o primeiro encontro nacional da Rede Brasileira de Cidades em Transição.

Foi um momento de troca de experiências e diálogo sobre as realidades vividas pelos projetos de Cidades em Transição já implementados no Brasil, discutindo sobre temáticas como treinamento, diálogo nacional entre os projetos e a relação com o poder público. Thatiane Paiva, bailarina e revisora de textos, 32 anos, mora em Fortaleza e compartilhou sua experiência no bairro Sabiaguaba, o qual a prefeitura resolveu tornar um bairro ecológico. Contudo, alguns moradores estão no esforço de mobilizar a comunidade para atuar sobre o processo. A partir disso, já conseguiram realizar um curso de especialização sobre sustentabilidade e estão organizando uma Feira de Alimentos produzidos no bairro, para incentivar a produção orgânica local.

Marcos Arruda é membro do Instituto de Políticas Alternativas para o Cone-Sul e do Núcleo de Cidades em Transição Botafogo-Maitá no Rio de Janeiro. Afirma que o “caminho é valorizar o ser humano como centro de uma outra economia. O próprio nome economia vem de gestão (nomia) da casa (eco) e quando a gente pergunta: quem é importante na casa? Não é parede nem decoração, é o ser humano que mora lá dentro. Então a economia tem que estar a serviço do ser humano e quando ele é referência, todas as dinâmicas e trabalhos do espaço, seja um ecobairro ou ecovila, tem que aumentar o bem-viver e a felicidade de quem mora neles”. Conclui que “temos uma grande transição a fazer, entre uma economia do dinheiro e do capital que reina hoje, para uma economia da gratuidade, onde uma comunidade produza ou troque com outras tudo aquilo que todo mundo precisa em termos materiais. Sendo assim, pra que vender e comprar?”.

O músico irlandês Simon Stewart participa do grupo de Cidades em Transição de Laranjeiras-RJ. Explica que a Rede Brasileira de Cidades em Transição mobiliza grupos do Brasil inteiro para tornar as comunidades mais resilientes, ou seja, que resistam aos choques externos com mais facilidade, tais como crises, aumento de preços, problemas ambientais, e fazer os bairros mais conectados, trabalhando com economia solidária, promovendo ações para reunir as pessoas para resolverem seus problemas locais.

Para mais informações, acesso o site da rede: http://transitionbrasil.ning.com

 

Por Isadora Morena e Alessandro Muniz (RN), da Agência Jovem de Notícias Internacional, na Cúpula dos Povos

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