Por que você deve dar atenção à saúde mental tanto quanto para a saúde física?

Por Marcela Souza Rabelo

Que todos nós nos preocupamos com aquelas gordurinhas a mais ou com aquele pneuzinho na barriga, isso sabemos! Porque isso simplesmente está ligado a algo que o ser humano cultua há anos: a estética. Se avistamos algum excesso de peso, logo começam as dietas, os exercícios e tudo o mais que for preciso para eliminá-lo.

Mas, e os excessos que não conseguimos enxergar?

E o peso que também é prejudicial, porém, passa quase sempre despercebido pela maioria? Na minha coluna deste mês, falo um pouco sobre a saúde mental e porque ela merece a nossa atenção.

Você já deve ter percebido, seja nos anúncios da mídia digital, seja nas embalagens de produtos alimentícios, a crescente preocupação em alertar as pessoas a adotarem hábitos mais saudáveis em prol de uma vida melhor. Tal alerta não está errado, pois de fato, atentar-se à saúde física é um passo decisório que garante nossos próximos anos; contudo, o que não vem escrito em nenhum lugar é que cada um de nós também deve zelar pelo bem-estar da própria mente. O que isso quer dizer? Quer dizer que alguns sinais, comportamentos e avisos do nosso corpo não devem ser ignorados pois, se você está bem de saúde física mas continua cansado, estressado, desanimado – e por aí vai – então significa que alguma coisa aí dentro não vai bem.

Foto:Banco de imagens gratuitas iStock

Como Augusto Cury questiona em seu livro Gestão da Emoção, “Você é um especialista em preservar seu cérebro ou em estressá-lo?” 

Pouco se tem falado sobre o que é mesmo a saúde mental. Mas, se você já passou por algum perrengue por não conseguir se expressar como desejava ou por exagerar nas emoções em uma situação que parecia estar te testando, então sabe do que estou falando. De uma necessidade extremamente crucial: a gestão emocional que, como o próprio Cury nos lembra em seu livro, é complexa, pois “Há muitas armadilhas em nossa mente”.

A mente é um espaço abstrato muito complexo, e tudo o que nela habita tende a ter o mesmo grau de complexidade. Para a Dra. Marcelle Xavier: “Nossas emoções são complexas, e nascem sempre a partir de dinâmicas que ocorrem nas relações”. E em razão desta complexidade toda, se faz necessária a gestão da emoção, baseada no autoconhecimento que cada um tem sobre si e na inteligência emocional a que compete.

Ainda assim, “emoções são sempre relacionais”, como afirma a Dra Xavier. Por isso, mesmo que as emoções aparentem ser individuais, sabemos que elas estão sempre ligadas ao meio, às situações e aos cenários externos a que estamos expostos. Não há dúvidas de que o ambiente escolar, o ambiente de trabalho e até mesmo a rotina, possam exercer influência suficiente para prejudicar a saúde mental de uma pessoa. Nos casos mais comuns, o que se vê é o estresse ocasionado pela correria na entrega de metas, a ansiedade causada pela pressão em tirar boas notas e, até o desânimo da monotonia da rotina.

Não obstante, há casos em que, não bastasse a mente, o próprio corpo é afetado pela não gestão da emoção, pois passa apresentar reações fisiológicas de uma mente afetada pelos carregamentos de um mundo exigente. 

Em contraste, como é evidenciado no vídeo “O que são emoções” do canal Minutos Psíquicos, a motivação, exerce influência direta na formação de emoções e demonstração de sentimentos quando, por exemplo, em um experimento, dois grupos de pessoas tomaram um comprimido de adrenalina e, enquanto o grupo 01 foi exposto a pessoas animadas, o grupo 02 foi exposto a pessoas agressivas e, o resultado, foi que cada grupo imitou o comportamento respectivo à exposição, como se fossem espelhos.

Assim como para a saúde física, muito pode ser feito em razão de uma boa saúde mental e, a gestão emocional certamente é uma delas, pois, quando se tem autoconhecimento, se tem autocontrole e sabedoria, mesmo que exista a interação – que é imprevisível – com o meio. Já quando não existe um gerenciamento, muito menos controle, o que acontece é a desordem, e reflexos de emoções em comportamentos involuntários.

Foto: Cena do filme “Divertidamente”/reprodução

Hoje, existem iniciativas, ainda que não sejam muito divulgadas, que auxiliam nessa necessidade. À exemplo, o Centro de Ensino Médio (CEM) Bom Jesus, no município de Gurupi, no Tocantins, que criou o projeto “Gestão de Emoções” para auxiliar na manutenção da saúde mental dos alunos e demais participantes das oficinas online. Outras iniciativas como apoio psicológico em universidades federais, assim como reuniões abertas ao público geral desenvolvidas por voluntários, também contribuem para que o assunto chegue às pessoas e seja notado. 

O importante é não deixar que a saúde mental seja ignorada, pois, é assunto de interesse de todos, já que é um fator que está intimamente ligado ao bem-estar e, que, sem a devida atenção, passa a privar qualquer que seja a pessoa de uma boa qualidade de vida.

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