Política vs Games na PerifaCon

Reflexões sobre a relevância da indústria dos videogames como  ferramentas educacionais e políticas. Os jogos atualmente são muito mais do que meros passatempos. Eles trazem impactos na sociedade, seja com reflexões da vida real, lições de estratégia, liderança ou cidadania.

por Guilherme Leutwiler

A Perifacon é o encontro nerd das favelas, feito da periferia para a periferia, e a edição deste ano aconteceu no último domingo de Julho, no Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes, extremo leste de São Paulo.

O evento contou com muita música, jogos e cosplayers super produzidos. Direcionado para pessoas vulneráveis socialmente, o encontro de cultura pop emplacou mais uma edição totalmente gratuita, pensada para descentralizar do acesso à cultura e incentiva o trabalho dos artistas periféricos.

Na foto, podemos observar dois amigos jogando um jogo de nave espacial no espaço dedicado à jogabilidade e interação, promovido pela Perifacon.

Durante o evento, vários temas foram abordados em salas de bate-papo. A AJN acompanhou a conversa sobre Política e Games, com mediação de Turmalina Nogueira, diretora e co-fundadora da PerifaCon, assistente de arte e agenciadora musical de artistas. 

As convidadas do bate-papo foram Flávia Gasi, escritora, jornalista e doutora em comunicação e semiótica, e Tainá Felix, produtora cultural e desenvolvedora de jogos.

À esquerda, podemos observar a mediadora do bate-papo, Turmalina Nogueira, ela veste uma blusa de frio preta e está segurando um microfone. No meio, Flávia Gasi, vestindo um casaco branco e à direita da foto, Tainá Felix, também de blusa preta e com um lenço laranja no cabelo.

O bate-papo abordou a política como fator imprescindível na construção e ideação de jogos, por compreender que as diversas escolhas que os criadores e desenvolvedores devem ter ao longo do processo de criação, são escolhas políticas e por consequência impactam na sociedade de diversas formas.

É preciso, então, entender que a indústria dos videogames vem crescendo exponencialmente e, com ela, a capacidade dos jogos de refletir e abordar questões políticas e sociais tem se tornado cada vez mais evidente. 

A Perifacon contou com diversas atividades e espaços de interação gamer. Na imagem podemos observar uma sala com diversos computadores disponibilizados para que as pessoas pudessem jogar e se divertir durante o evento, seja sozinho, em dupla ou com mais jogadores.

Os jogos eletrônicos têm se mostrado eficazes como ferramentas educacionais, oferecendo aos jogadores perspectivas únicas sobre cenários políticos e sociais. Jogos de estratégia podem ensinar princípios de liderança e tomada de decisão política, permitindo aos jogadores enfrentarem desafios complexos e analisarem as consequências de suas escolhas. 

Essa abordagem educacional pode contribuir para uma maior conscientização política e engajamento cívico, capacitando os indivíduos a pensarem criticamente sobre as questões do mundo real. 

Ainda, os desenvolvedores frequentemente enfrentam decisões delicadas sobre os temas e narrativas que desejam abordar, podendo escolher entre refletir e criticar questões políticas da atualidade ou optar por uma abordagem mais neutra e escapista. 

A escolha de representações culturais, etnias, gênero, orientação sexual e outras características também podem ter implicações políticas significativas, pois afetam a inclusão e a diversidade no mundo virtual. 

Além disso, a relação entre a indústria de games e os governos também é uma questão política, pois regulações e censuras podem afetar o conteúdo e a criatividade dos desenvolvedores. 

Por fim, é necessário entender que as escolhas políticas envolvidas na criação e ideação de jogos desempenham um papel crucial na forma como os games influenciam a sociedade e na forma que a indústria contribui para a construção de narrativas culturais e políticas.

Ver +

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *