Podcast: Mulheres na Educomunicação

No podcast Balbúrdia Coletiva, um papo sobre educomunicação e o lugar das mulheres brasileiras nesse campo, com duas profissionais da Viração

Por Redação AJN

O 4° episódio do Balbúrdia Coletiva, iniciativa produzida pela Coletiva Subversiva, coletivo de jovens mulheres da região de Parelheiros, extremo sul de São Paulo, apresenta uma conversa com Luiza Gianessela e Elaine Souza, educomunicadora e coordenadora da Viração Educom sobre o conceito de Educomunicação, a atuação da Viração e questões de gênero, classe e raça na prática educomunicativa.

Lua, jovem comunicadora e host do podcast, já participou de projetos da Viração, é atriz, fotógrafa e participa de coletivos na zona sul da capital paulista. 

A Educomunicação é um campo relativamente novo. É um conceito que vem sendo construído através de estudos e práticas que intercalam o educar e o compartilhar conhecimento, uma prática que considera as vivências e as linguagens dos sujeitos.

Através da aplicação das estratégias de Educomunicação, modificam-se os polos produtores das narrativas e novos atores sociais alcançam possibilidades de falar a partir da sua perspectiva e mais diretamente às suas comunidades e territórios, como argumenta Elaine:

A comunicação, como um direito humano, ela precisa também ser produzida por aqueles sujeitos que estão vivenciando aquele momento social na sua vida. A gente teve, durante muito tempo no Brasil, uma comunicação que era feita basicamente por um grupo específico, e hoje a gente tem um processo de comunicação que pode sim começar a ser feito por outros grupos sociais, e a gente aposta que, quando jovens produzem comunicação, eles podem falar a partir da sua vivência, não esperando alguém estar produzindo conteúdo falando sobre eles.

A Educomunicação pode ser utilizada em ambientes de educação formal, escolar, mas costuma ser bem vinda em setores não formais da educação: organizações da sociedade civil, museus, instituições culturais e educacionais do terceiro setor, entre outros.

Para Luiza, o papel da educomunicadora (e do educomunicador) é mediar/acompanhar jornadas de aprendizado e compartilhamento de conhecimento, criando contextos para a livre expressão sobre esses aprendizados técnicos e subjetivos:

Tem muito mais a ver com estar junto dos educandos, das pessoas que estão participando desse processo educomunicativo, do que com se colocar ‘entre’ [como na educação formal]. Na minha atuação tem muito disso, tem esse lugar de criar um contexto no qual algo educomunicativo pode se dar. E essa criação de contexto as vezes tem a ver sim com trazer algum conteúdo, com falar pras pessoas ‘olha, existe essa ferramenta, é assim que se tira uma foto’… não exclui a possibilidade de você trazer conteúdo, mas você está trazendo esse conteúdo não porque você quer que a pessoa decore, mas por que esse conteúdo é parte desse contexto no qual ela pode se expressar de uma maneira que não podia se expressar antes

Luiza, Elaine e Lua conversaram ainda sobre suas trajetórias, observando como questões de raça, classe e gênero perpassam a vida de todas as pessoas e como essas questões podem impactar a atuação profissional de mulheres tanto na Educomunicação como na Ciência e em profissões da tecnologia.

Ouça o podcast na íntegra:

Sobre a Balbúrdia Coletiva

O podcast surge com o intuito de subverter o termo balbúrdia, nele queremos ressaltar as balbúrdias que são ações pensadas por minas de dentro e de fora do meio artístico com o objetivo de valorizar e conhecer os corres protagonizados por mulheres e fortalecer outras mulheres a partir disso.

O podcast Balbúrdia Coletiva está disponível também no Google Podcasts, no Listen Notes, no Apple Podcasts e na plataforma Anchor

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