Os 90 anos da semana de arte de 22
Entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, um grupo de artistas influenciados pelos movimentos modernistas vindos da Europa e descontentes com o academismo vigente no meio artístico brasileiro da época, poesia principalmente, tomaram o teatro municipal de São Paulo com apresentações de música, literatura, poesia, artes plásticas e escultura.
Nomes como Villa-Lobos, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcante, Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Plinio Salgado, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Guiomar Novais e Victor Brecheret entre outros, fizeram apresentações e exposições que renovaram a linguagem artística e conceitual da arte brasileira, buscando experimentações na liberdade criadora e rompendo com o passado. A arte passou da vanguarda para o modernismo.
Com o capitalismo crescente no Brasil, a república se afirmava e a elite paulista se deixava influenciar pelos padrões tradicionais europeus. O Correio Paulistano afirmou na época que a renovação do ambiente artístico e cultural tinha como objetivo “a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual”.
Algumas pinturas e esculturas provocaram espanto e repúdio entre o público, mas as apresentações dos textos e poesias foram as que receberam maiores manifestações de desagrado da plateia, com miados, latidos e coro de vaias. Misturados aos que aplaudiam.
A semana de arte de 22 foi um marco na mudança da mentalidade artística no país. Sua real importância só foi reconhecida com o decorrer do tempo. O movimento modernista continuou crescendo pela divulgação da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelo Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo Movimento Antropofágico.
Por: Novaes