Oficina de Marketing – Um olhar educomunicativo

Igor Franceschi , da Agência Jovem de Notícias, de São Paulo

“Decifra-me ou devoro-te: desvendando os meandros da Publicidade‘’, com essa frase se iniciou as atividades da Oficina de Leitura Crítica Educomunicativa da Mídia. Os participantes formaram grupos com a missão de criar uma propaganda sobre um determinado produto. Parece fácil, não? Mas tinha um elemento surpresa: os produtos eram misteriosos, pois estavam dentro de uma caixa!

E olha só o que tinha na caixa: uma bucha de limpeza azul, uma boneca Barbie, um pequeno instrumento artesanal, um livro e um salgadinho sabor bacon.

Os grupos podiam optar entre duas opções de veículo de comunicação: o rádio e aTV. O primeiro grupo apresentou a bucha como um produto multifuncional e como uma quebra de gênero, mostrando que não só podemos utiliza-la para limpar a bicicleta, o carro ou lavar a louça como também todos podem fazer essa limpeza. Homem, mulher, jovem, etc. O slogan era: ‘’Porque limpeza não tem gênero, não tem idade, não tem… ’’. Eles optaram pela TV.

O segundo grupo apresentou a Barbie também a partir de uma quebra de estereótipos, mostrando vários modelos de Barbies, de vários tamanhos e estilos, festejando o carnaval. A propanda mostrava pessoas de váriadas idades  e gênero, brincando com as bonecas.
‘’Para todos que amam o carnaval’’, era o slogan da campanha televisiva.

O terceiro grupo focou no emocional do brasileiro, mostrando um jogo de futebol tenso entre  Brasil e Argentina, em que a torcida estava desmotivada, quando surge uma pessoa tocando um instrumento e como uma reação de entusiasmo, os demais torcedores também tocam, o Brasil marca gol e todos vibram. Os que estavam no estádio, famílias, pessoas comemorando nas ruas também comemoram com o produto. Foi uma propaganda mais comum, de estudo sobre a ideologia brasileira, como a rivalidade com os argentinos, amor à pátria e ao futebol.  Seu slogan era: ‘’Para alegrar a torcida, siga essa batida’’, essa propaganda também foi pensada para TV.

Já o quarto grupo tinha como objetivo a venda do livro ‘’O Pequeno Príncipe’’ e usaram o slogan: ‘’Best Seller desde 1946’’. Utilizaram a narrativa de um trecho do livro, além de frases marcantes, aplicando a dinâmica de vozes. Queriam promover a imaginação, como quando lemos. Essa peça foi produzida para o rádio.

O quinto e último grupo, ficou com o salgadinho sabor bacon e se utilizou de recursos visuais e sonoros, com a ideia de felicidade e família unida. A narração construída na campanha, tratava de uma família dentro de um carro, onde estavam duas moças mais jovens e duas mais velhas (o que nos poderia remeter a novos modelos de famílias, por que não?), ao som de uma trilha nordestina, comendo o salgadinho e rindo. O slogan era: ‘’O sabor da roça!’’

Após as propagandas, todos os grupos tinham que opinar com uma análise crítica, não mais de consumidor, mas sim de vendedor. Após a breve análise e opiniões sobre os grupos e suas vendas, os oficineiros colocaram questões importantes sobre o marketing e como funciona esse mercado. Frases como ‘’O significado da propaganda não é dado por quem produz’’, ‘’o mercado pensa não só em criar identidades, mas também segui-las’’, “demonizam as propagandas, mas também existem aquelas que contribuem para o bem’’.

Por fim, fez-se um paralelo entre as propagandas do passado e do presente, o modo afetivo como era lidado e até a falta de crítica, na época, sobre essa indústria.

Anotem aí dicas de documentários para assistir e pensar mais sobre o tema: Branded, A alma do negócio, História das coisas, Surplus.

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