O que há por trás do acordo entre os EUA e China (Português/Italiano)
Entrevista com Bonun Li, jovem observador da Climate Action Network na COP20
Alice Tomaselli e Silvia Debiasi, da Agência Jovem de Notícias
Nós, da Agência Jovem de Notícias, convesamos com Bonun Li, jovem ativista chinês que veio à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Seu papel aqui em Lima é de Observador. Bonun faz parte de uma ONG chamada Global Youth Low Carbon Action, ligada à Climate Action Network, uma rede de organizações que tratam principalmente de meio ambiente e alterações climáticas. Nessas duas semanas da Conferência, ele tem realizado reuniões no Pavilhão China, participado de eventos paralelos e criado oportunidades de encontro e troca de ideias e informações sobre o papel da China nas negociações.
Algumas semanas atrás, foi assinado um acordo entre os EUA e a China sobre a redução das emissões. Do que se trata esse acordo?
– Todos os anos, os membros da Asian Pacific Economic Cooperation (entre os quais 21 estados que fazem fronteira com o Pacífico) se reúnem para falar sobre vários assuntos. Neste ano o local da reunião foi Pequim, o que levou a China a ser mais pró-ativa e aproveitar a oportunidade para promover um acordo com os Estados Unidos. Ainda que a Mudança Climática não tenha sido o principal tema do encontro, foi assinado um acordo sobre a redução das emissões com os Estados Unidos. Estes últimos se comprometeram a reduzir as emissões em 25-28% até 2025. O governo chinês, por sua vez, tem outro plano de ação. A ideia é atingir o pico de emissões em 2030 para, em seguida, começar a sua diminuição. Isso não significa que eles já não estejam estabelecendo políticas para reduzir as emissões. Durante todo esse processo, o crescimento econômico vai continuar o seu desenvolvimento, mas com uma taxa diferente daquela das emissões (taxa que se tornará depois inversa, quando em 2030 a economia deve crescer e deverão diminuir as emissões).
O que você acha disso?
– Temos recebido críticas, por exemplo, da Austrália, cética sobre como será alcançado esse pico máximo e sobre por que devemos esperar ainda 15 anos. Mas estou confiante e acho que já na primeira parte de 2015 o governo chinês terá um plano detalhado. Desde já ele está incentivando o uso de tecnologias para reduzir as emissões. O carvão, por exemplo, é muito utilizado, mas estão buscando mudar a estrutura na direção de fontes renováveis. Nós, chineses, estamos muito satisfeitos por se estar falando desses temas. A questão da poluição é realmente muito sentida. Especialmente nas grandes cidades, a qualidade do ar e as dificuldades respiratórias são um sinal de alarme geral.
Na China existe acesso suficiente às informações e, portanto, um debate aberto sobre as questões ambientais?
– As pessoas têm acesso às informações dadas pelo governo. Isso, porém, não é visto como uma limitação, uma vez que a questão ambiental é muito delicada e as escolhas técnicas não podem ser entendidas por todos. Também é verdade que todos os comentários negativos são bloqueados e que o governo não permite que sejam lidos. No entanto, o acordo firmado foi apreciado tanto dentro como fora da China, de forma que não há problemas desse ponto de vista.
Então, existe envolvimento e interesse da população sobre as questões ambientais?
– Certamente. Nossas cidades estão muito poluídas, em algumas há excesso de poluição durante a maior parte do ano, as pessoas lutam para respirar e há doenças claramente relacionados à poluição. Dessa forma, a atenção de pessoas a isso é muito alta. Precisamente por isso, a maioria acolheu com entusiasmo esse primeiro compromisso do governo, apesar ser ainda muito pouco para alguns. Mas pelo menos é um começo.
Qual é o envolvimento dos jovens nas questões ambientais?
– Para começar, há uma grande rede: a China Youth Climate Action Network, que lida com as mudanças climáticas e que faz parte da Climate Action Network. Além disso, são muitas as associações de Low Carbon Action, dedicadas à redução das emissões, que têm contatos também com diversas universidades chinesas. Há também muitas organizações que lidam com o ambiente e a natureza, outras que são especializadas em clima. Organizam-se atividades culturais, palestras de especialistas sobre como proteger o meio ambiente e, mais genericamente, sobre a situação das alterações climáticas. Há também uma ampla rede de ativistas que apoia os intercâmbios e organiza deslocamentos para eventos como a COP20. Aqui, por exemplo, estão presentes 20 estudantes chineses enviados para serem embaixadores do clima e levarem à China uma maior consciência internacional. Há também várias parcerias entre os EUA e a China. Resumindo, as iniciativas não faltam!
E a educação nas escolas?
– Nas escolas primárias do Estado não se organiza nada de relevante, enquanto nas particulares há programas para sensibilizar os alunos sobre as questões ambientais. Algumas das associações que trabalham com o ambiente organizam reuniões nas escolas para plantar árvores, realizar fóruns e reuniões sobre as questões. Além disso, há as associações de estudantes para promover a consciência ambiental.
Existem mecanismos, como incentivos, que estimulem o investimento privado para a eficiência energética e a utilização de energias alternativas?
– Sim, existem alguns mecanismos de incentivo, como a redução de impostos no caso de certos tipos de investimento, mas isso ainda não é muito difuso. Estão sendo priorizadas mais as indústrias e o mercado de carbono, ou a cobrança de um possível aumento das emissões, comprando essa possibilidade no mercado de carbono. Mas será preciso tempo para consolidar esses mecanismos, pois ainda não estão maduros. Concluindo, ainda há muito a fazer, mas eu acredito que a China esteja na direção certa.
Versione Italiano
Cosa c’è dietro l’Accordo tra USA e Cina
Intervista a Bonun Li, giovane osservatore alla COP20 per Climate Action Network
Alice Tomaselli e Silvia Debiasi, dell’Agenzia di Stampa Giovanile
Noi dell’Agenzia di Stampa Giovanile abbiamo parlato con Bonun Li, giovane attivista cinese venuto alla Conferenza della Nazioni Unite sui Cambiamenti Climatici. Il suo ruolo qui a Lima è come Osservatore. Bonun infatti fa parte di una ONG chiamata Global Youth Low Carbon Action, legata al Climate Action Network, rete di organizzazioni che si occupano principalmente dell’ambiente e dei cambiamenti climatici. In queste due settimane di Conferenza lui si occupa di tenere incontri al padiglione della Cina, partecipare ai side events e creare occasioni di incontro e scambio di idee e informazioni sul ruolo della Cina nei negoziati.
Poche settimane fa è stato firmato un Accordo tra Stati Uniti e Cina sulla riduzione delle emissioni, di che cosa si tratta?
– Ogni anno i membri dell’Asian Pacific Economic Cooperation (tra i quali vi sono 21 Stati che si affacciano sul Pacifico) si incontrano per parlare di diverse tematiche. Quest’anno la sede del meeting è stata Pechino, il che ha spinto la Cina ad essere più propositiva ed approfittarne per promuovere un accordo con gli Stati Uniti. Pur non essendo il cambiamento climatico il tema principale dell’incontro, è stato firmato un accordo sulla riduzione delle emissioni con gli Stati Uniti. Quest’ultimi si sono impegnati a ridurre le emissione del 25-28% entro il 2025. L’amministrazione cinese ha invece un altro piano d’azione. L’idea è quella raggiungere il picco delle emissioni nel 2030, per poi iniziare dunque la loro diminuzione. Questo non significa che non siano già in atto delle politiche per la riduzione delle emissioni. Durante tutto questo processo la crescita economica continuerà comunque il suo sviluppo, però con un tasso diverso rispetto a quello delle emissioni (tasso che diverrà poi inverso quando nel 2030 l’economia crescerà mentre decresceranno le emissioni).
Tu che cosa ne pensi?
– Abbiamo ricevuto critiche per esempio dall’Australia, scettica su come verrà raggiunto questo picco massimo e sul perché si debba aspettare ancora 15 anni. Ma io sono fiducioso e penso che già per la prima parte del 2015 il governo cinese avrà un piano dettagliato. Già da ora sta incentivando l’utilizzo di tecnologie per ridurre le emissioni. Il carbone ad esempio è molto utilizzato ma si sta cercando di cambiare la struttura verso fonti rinnovabili. Noi cinesi siamo molto grati che si parli di queste tematiche. La quesitone dell’inquinamento è infatti molto sentita e soprattutto nelle grandi città la qualità dell’aria e le difficoltà respiratorie sono un condiviso segnale d’allarme.
In Cina c’è un sufficiente accesso alle varie informazioni e quindi un dibattito aperto sulla questione ambientale?
– Le persone hanno acceso alle informazioni date dal governo. Questo però non è visto come un limite, dato che la questione ambientale è molto delicata e le scelte tecniche non possono essere comprese da tutti. È anche vero che eventuali commenti negativi sono fermati e il governo non li fa leggere. Però l’accordo preso è stato apprezzato sia dentro che fuori la Cina, per cui non ci sono problemi da questo punto di vista.
Quindi, c’è il coinvolgimento e l’interesse della popolazione sulle tematiche ambientali?
– Certamente. Le nostre città sono molto inquinate, in alcune si ha un inquinamento eccessivo per la maggior parte dell’anno, le persone fanno fatica a respirare e ci sono chiaramente malattie legate all’inquinamento. Dunque l’attenzione delle persone in questo senso è molto alta. Proprio per questo la maggior parte ha accolto con entusiasmo questo primo impegno del governo, nonostante per alcuni questo sia ancora troppo poco. Però quantomeno è un inizio.
Qual è il coinvolgimento dei giovani nella tematica ambientale?
– Innanzitutto c’è una grande rete: il China Youth Climate Action Network che si occupa dei cambiamenti climatici e che fa parte del ClimateCivilClimate Action Network. Poi sono molte le associazione di Low Carbon Action, ovvero della riduzione delle emissioni che hanno contatti anche con diverse università cinesi. Ci sono inoltre molte associazioni che si occupano di ambiente e natura, altre che sono specializzate sul clima. Si organizzano attività culturali, lezioni di esperti su come proteggere l’ambiente e più in generale sulla situazione del cambiamento climatico. Poi c’è anche un’ampia rete di attivisti che supporta scambi e che organizza gli spostamenti per gli eventi come la COP20. Ad esempio sono qui presenti 20 studenti cinesi inviati per essere ambasciatori del clima e riportare poi in Cina una maggiore consapevolezza internazionale. Ci sono anche diverse partnership con Stati Uniti e Cina. Insomma, le iniziative non mancano!
E l’educazione nelle scuole?
– Nelle scuole primarie statali non si organizza nulla di rilevante, mentre in quelle private ci sono dei programmi per sensibilizzare gli studenti sui temi ambientali. Alcune delle associazioni che si occupano di ambiente organizzano incontri nelle scuole per piantare alberi, tenere forum e incontri sui temi. Ci sono poi le unioni di studenti per la promozione di una consapevolezza ambientale.
Ci sono dei meccanismi, come incentivi, che incoraggino gli investimenti privati sul risparmio energetico e l’utilizzo di energie alternative?
– Sì, ci sono alcuni meccanismi di incentivo come una riduzione delle tasse nel caso di alcuni tipi di investimento, però non ancora molto diffuso come meccanismo. Si sta puntando di più sulle industrie e sul Mercato del carbonio, ovvero facendo pagare un eventuale aumento di emissioni, comprando appunto questa possibilità sul mercato del carbonio. Ma serve ancora tempo per consolidare questi meccanismi, i tempi non sono ancora maturi. In conclusione, c’è ancora molto da fare, ma credo che la Cina si sia avviata nella giusta direzione.