O Impacto da Representatividade Feminina nas Ciências nos Romances de Ali Hazelwood

Um texto sobre como a autora Ali Hazelwood se destaca por representar mulheres no campo STEM e na sigla LGBTQIA+ em seus romances, com personagens assexuais enfrentando desafios e desmanchando estigmas nas ciências. Suas histórias inspiram futuras gerações a serem peculiares e equilibrar a vida pessoal e profissional nas áreas STEM, contribuindo para um futuro mais diversificado e inclusivo. 

Por Paula Serpa

Os romances de Ali Hazelwood ganharam notoriedade nas mídias mais jovens devido à sua notável representatividade das mulheres no campo das Ciências, conhecido como STEM, e por trazer de maneira inclusiva as letras muitas vezes esquecidas na sigla LGBTQIA+, já que Hazelwood constrói suas histórias em torno de personagens principais que se encontram no espectro assexual.

Embora os romances sejam frequentemente considerados como meras fontes de entretenimento, a influência que essas obras exercem sobre a geração que teve acesso a elas não pode ser ignorada. A autora habilmente apresenta mulheres no campo STEM como indivíduos comuns, lidando com desafios pessoais, experienciando atração e enfrentando obstáculos em suas carreiras – obstáculos que muitos consideram perfeitamente normais no mundo real. Isso desmantela o estigma que frequentemente cerca as áreas das ciências, onde a crença predominante é que é preciso ser um gênio, uma criança prodígio ou um homem cisgênero heterossexual para obter sucesso. Hazelwood, por meio de suas personagens femininas, demonstra que é perfeitamente normal passar por essas dificuldades, e mais importante, quebrar os estereótipos arraigados no campo STEM.

Há muito tempo a mídia glamouriza a ciência, estabelecendo um padrão de perfeição que não corresponde à realidade enfrentada pelas mulheres. Hazelwood destaca que, mesmo quando o trabalho é excepcional, muitas vezes é ignorado ou subestimado simplesmente por ser realizado por uma mulher. Algumas de suas obras, como “As Hipóteses do Amor” com uma química como protagonista, e “A Razão do Amor” com uma neurocientista no papel principal, evidenciam que é possível ser um cientista brilhante sem perder a própria essência. Essas personagens provam que é viável manter relacionamentos saudáveis, desfrutar de tempo de qualidade com a família e os amigos, ao mesmo tempo que prosperam em carreiras STEM.

A representatividade de mulheres cientistas, conseguindo equilibrar suas vidas pessoais e profissionais, é de fundamental importância. Isso inspira as futuras cientistas a não sentirem a pressão de corresponder a estereótipos como Sheldon Cooper ou Amy Farrah Fowler. Hazelwood destaca que elas podem permanecer fiéis a si mesmas e ainda assim serem cientistas extraordinárias com o poder de moldar o futuro da ciência. A presença crescente de mulheres nas áreas STEM, às vezes referidas como STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts, and Mathematics), é encorajadora, e espera-se que esse número continue a crescer.

Lendo os livros de Ali Hazelwood pela primeira vez, muitas mulheres cientistas se sentiram representadas, especialmente aquelas que se viam subestimadas ao longo de suas vidas. As histórias mostram que não é necessário sacrificar a própria vida em prol da ciência, mesmo que essa paixão nos persiga em todos os lugares. O livro “Amor, Teoricamente”, por exemplo, apresentou uma física como protagonista, uma personagem com a qual muitas mulheres na ciência se identificaram, alguém que sentia a necessidade de mascarar sua verdadeira identidade para ser aceita. Através dessas narrativas, Ali Hazelwood nos ensina que essa autenticidade é valiosa e que é possível ser uma cientista de destaque mesmo com todas as peculiaridades. Agora, é responsabilidade das cientistas fornecer essa perspectiva para as futuras gerações de mulheres que desejam seguir carreiras nas ciências.

É fundamental destacar que os livros de Ali Hazelwood não são destinados ao público infantil. Eles oferecem uma narrativa que pode ser igualmente valiosa para adultos que já estão inseridos no mundo das ciências ou não, lembrando a todos que está tudo bem não ser perfeito. Ali Hazelwood proporciona uma representação mais autêntica e inclusiva das mulheres nas ciências, contribuindo para um futuro mais diversificado e inspirador nas áreas STEM. Leitura recomendadíssima!

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