Meninas Black Power: a mudança começa na cabeça
Empoderamento, ousadia e digitalização. Esses são os superpoderes das Meninas Black Power, um coletivo de mulheres negras que procura fortalecer a estética negra e desconstruir preconceitos a partir dos cabelos crespos e cacheados.
Por meio das redes sociais e de ações no estado do Rio de Janeiro, o coletivo desenvolve atividades a fim de proporcionar o resgate da identidade e da autoestima. São produzidas postagens, textos, fotos e trocas de experiências, nas quais o cabelo é o principal enfoque.
Élida Aquino, de 24 anos, foi quem deu o ponta pé inicial para realização do projeto. Ela acompanhou desde o início o desenvolvimento do coletivo.
Além dela, mais seis mulheres trabalham ativamente para manter a página e ações a todo vapor, são elas Laís Reverte, Tainá Almeida, Jessyca Liris, Suzane Santos, Jaciana Melquíades e Arielly Santos, em sua maioria jovens.
Para elas, a mudança é sempre muito bem vinda, e elas viram na valorização da estética negra, uma oportunidade para mudar.
“Acredito que nosso projeto é muito importante para a autoestima de pessoas negras. Através do diálogo e da apresentação de nossas verdadeiras histórias a pessoas como nós, que se dá a representatividade e a valorização”, defende Arielly Santos, de 20 anos.
Trajetória
O coletivo nasceu em 2008, ainda no Orkut, nas antigas comunidades da rede social, que reuniam pessoas de todo Brasil. O propósito era o mesmo de hoje, falar sobre cabelo, daí o nome Meninas Black Power.
Após a chegada do Facebook, o coletivo migrou para a nova rede social. Então, passou a reunir pessoas de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, concentrando mais de 65 mil seguidoras e seguidores, em sua maioria mulheres negras, mas também brancas que se enquadravam na estética de cabelo cacheado ou crespo.
Laís Reverte, de 22 anos, uma das integrantes, entrou para o coletivo em 2010, mantendo contato virtualmente. Ela conta que as discussões do coletivo eram sempre pautadas em cima de autores negros, uma verdadeira troca de conversa, onde o cabelo era, e ainda é, o enfoque principal.
“Nós conseguimos tocar pessoas e unir opiniões por meio do cabelo. Essa temática nos permitiu aprofundar em outros temas, como o próprio racismo”, relata.
Para além das telas
Com o sucesso das páginas na internet, as atividades do coletivo começaram a extravasar para além do virtual. Hoje, elas realizam encontros presenciais.
“Tínhamos a presença no campo virtual, mas achamos que essas atividades precisavam ultrapassar as barreiras e ter um encontro pessoal com nossas seguidoras”, conta a integrante Tainá Almeida, de 30 anos.
Atualmente, as Meninas Black Power trabalham ativamente na educação, proporcionando essa valorização da estética desde a infância, permitindo o empoderamento do cabelo crespo desde a fase mais nova da criança, onde ela aprenda a se amar e amar a sua estética original.
Dentre as conquistas já realizas pelas Meninas Black Power estão a criação e realização do projeto Encrespando – que realiza oficinas educativas em escolas sobre valorização da estética negra-, a participação de Seminário Internacional da PUC – RJ com publicação do livro Encrespando, apresentação de palestra do TEDx, participação no programa Encontro com Fátima Bernades e no Programa do Justus, entre outras participações em eventos.
Para os sonhos futuros, almejam o próprio instituto, que terá a educação como fundamentadora de tudo.
Conheça mais sobre o projeto em suas redes sociais:
Facebook: /meninasblackpower/
Instagram: @meninasblackpower
Twitter: @mblackpower
Tumblr: crespotododia e duroeoseupreconceito