Jovens apresentam propostas em lançamento de campanha contra o Trabalho Infantil
Nesta quinta-feira, dia 13/06, foi lançada a campanha “É da Nossa Conta! Sem Trabalho Infantil e pelo Trabalho Adolescente Protegido!”, uma iniciativa da Fundação Telefônica, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com o UNICEF, que é apoiada pela Viração.
Crianças e adolescentes de todo o Brasil formularam propostas para erradicar o trabalho infantil e garantir a proteção ao trabalho adolescente. No lançamento da campanha, 12 dessas propostas foram selecionadas e apresentadas às autoridades presentes no lançamento e discutidas em plenária. Abaixo estão relacionadas as propostas, que se subdividem nas categorias Reconheça, Questione e Participe.
Confira as propostas:
Reconheça
1. Vamos fazer com que as pessoas vejam as consequências do trabalho infantil doméstico. É um trabalho duro que tira a infância de milhares de crianças e adolescentes, principalmente das meninas. E pior: elas ficam mais expostas a maus tratos e a exploração sexual.
2. Queremos ter palestras e oficinas nas escolas de todo o país explicando o que é trabalho infantil e trabalho adolescente desprotegido e falar do trabalho aprendiz. Muita gente não sabe.
3. Não compre produtos nas ruas e nos sinais de trânsito, você não está ajudando os meninos e meninas que estão lá. Se você faz isso, só está contribuindo para a exploração deles.
4. Se na cidade já é difícil combater o trabalho infantil, imagine no campo? Queremos fazer caravanas para cidades do interior do Brasil e conversar com crianças e adolescentes como nós. Vamos fazer vídeos e mostrar como é a vida deles para que todos saibam e possam ajudar.
Questione
5. Precisamos quebrar o tabu de que trabalho infantil “ajuda” as famílias. É trabalho de meninos e meninas que deveriam estar na escola, sendo crianças e adolescentes. Dizer que “melhor estar trabalhando que roubando” ou “que já está encaminhado na vida” é uma ilusão.
6. Sabemos que a ligação da escola com a comunidade cria laços mais fortes com as famílias. Queremos fortalecer ainda mais esses laços entre família, escola e comunidade. Todos são responsáveis por nós.
7. Frases como “você só estuda?” “Não faz mais nada na vida?” não podem ser estimuladas. Estudar, ser criança e adolescente é um direito de todos nós.
8. Queremos a criação de um espaço para tirar as crianças das ruas e reintegra-las à escola. Um espaço que acolha esses meninos e meninas mostrando outras possibilidades e com investimento do governo e empresas. Todos podem ajudar.
Participe
9.Queremos centros de apoio em escolas e instituições para encaminhamentos e denúncias sobre trabalho infantil e trabalho adolescente ilegal. Os adultos também precisam denunciar. Discar 100 é uma forma.
10. Precisamos de mais escolas em tempo integral com esporte, lazer e cultura. Mais tempo nas escolas estudando e praticando esportes é menos tempo na rua.
11. A escola precisa ser mais legal. Queremos escolas mais democráticas, abertas e participativas.
12. E para terminar, pedimos que olhem mais para o Estatuto da Criança e do Adolescente. Ele foi feito para ser cumprido. O que está lá é nosso direito e também o direito de milhares de meninas e meninos que estão trabalhando.
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[…] Para que as pessoas vejam os perigos do trabalho infantil, que tira a infância de várias crianças, principalmente das meninas que ficam expostas a maus tratos e à violência sexual, adolescentes de todo o Brasil criaram 12 propostas para ajudar a combater o trabalho infantil. Essa iniciativa integra as ações da campanha É da Nossa Conta – Sem Trabalho Infantil e pelo Trabalho Adolescente Protegido. As propostas foram elaboradas a partir de três eixos: Reconheça, Questione e Participe, e podem ser conferidas na íntegra aqui. […]