“Incluir a opinião de jovens é crucial nos processos de tomada de decisão”, afirma ministro de Portugal
Por Ada Andreoni, Simone Ferrari e Ana Sofia Marques Henriques – traduzido por Iris Silva
No dia 11 de Dezembro, enquanto a Comissão Europeia lançou o European Green Deal (“Acordo Verde Europeu”), o Ministro Português do Ambiente e da Ação Climática organizou o evento “Estratégia de longo prazo de Portugal: melhorando as metas 2030 & trabalhando os fluxos financeiros em direção à neutralidade carbônica 2050”, no Pavilhão Europeu.
Os tópicos-chave desta sessão são a descarbonização e financiamento sustentável seguindo os passos do LTS de Portugal, que declara a obtenção de neutralidade carbônica até 2050. E, no entanto, qual é o papel da sociedade civil nesta grande transformação? Este desafio ambicioso não pode ser abraçado sem o envolvimento dos cidadãos. É necessário chegar às pessoas e ajudá-las a passar por essa transição, e um primeiro passo é através da literatura. Traduzir o vocabulário e explicar às pessoas o que é o financiamento verde e sustentável e quais as implicações e riscos da transição para um novo modelo econômico.
Ao pensar sobre a sociedade civil e a necessidade de mudar, não só o sistema, mas também mentalidades, sentimos que era importante – especialmente no contexto da COP25 – falar sobre a questão da participação e educação dos jovens com o Ministro Português do Ambiente e da Ação Climática. Em baixo, pode-se ver a entrevista com João Pedro Matos Fernandes.
Sabemos que Portugal está numa fase de renovação da Estratégia Nacional de Educação Ambiental. Qual é a sua opinião sobre a estratégia?
Há três anos simplesmente não tínhamos uma estratégia para a Educação Ambiental. Agora temos uma, por ano, e estamos investindo entre 1,5 milhões de euros e 2 milhões de euros em diferentes projetos feitos por escolas, ONGs, universidades, associações locais e municípios. Estamos apoiando todos esses bons projetos, em primeiro lugar através de uma abordagem ampla e, em segundo lugar, estamos focados nesses subsetores tendo em conta o que achamos que é importante em Portugal. Temos propostas específicas para o uso eficiente da água, propostas específicas para a mobilidade e propostas específicas para a gestão dos solos em territórios com menor densidade demográfica.
Qual é a importância da participação de jovens em eventos como a COP? Qual é a importância da participação juvenil no processo de tomada de decisão de políticas ambientais, em Portugal?
A participação de jovens está aumentando, e penso que a participação dos jovens é muito importante em dois níveis: primeiro, porque penso que a juventude e jovens líderes estão muito comprometidos com a luta contra as alterações climáticas e estão passando a mensagem à sua geração, mas não só à sua geração, também a todas as outras gerações estão ouvindo os jovens. Ao mesmo tempo, pelo que escrevemos agora e pelo que temos em Portugal, a maioria das ações de educação para as práticas ambientais são focadas nos jovens. Portanto, penso que eles são, ao mesmo tempo, promotores deste tipo de iniciativas e o grupo-alvo das iniciativas já existentes.
Estamos tentando arranjar uma maneira formal de incluir jovens e associações de jovens na nova estratégia para a educação ambiental. Quando perguntaram, anteriormente, qual o principal motivo para a renovação deste tipo de políticas, não tenho dúvidas que é incluir opiniões dos jovens sobre como este país deve ser e de como a sustentabilidade deve ser.
Como é que o Ministro do Ambiente vê a possibilidade de colaboração para organizar uma COY (Conferência Internacional do Clima da Juventude sobre Mudanças Climáticas) local, em Portugal, como proposto pela Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA)?
Nós nunca seremos os promotores, se alguém “bater à nossa porta”, teremos todo o gosto em fazer o nosso melhor para a organizar em Portugal.
Uma vez que Portugal tem um papel importante na Comunidade dos Países de Língua Estrangeira, como é que o país pode contribuir para a participação de jovens de países da CPLP na próxima COP?
Temos uma relação forte de cooperação com esses países, mas existe um princípio que vou sempre apoiar: Nunca vou dizer a ninguém o que devem fazer, quando falo com outros países. Portanto, se outros países nos apresentarem projetos para o fazer, iremos com certeza apoiá-los com o orçamento que temos para esses países.