Guerra na Ucrânia: quais caminhos são possíveis para construir pontes afetivas através da cultura e da memória?

Estamos acompanhando os movimentos do conflito entre Rússia e Ucrânia, mas antes de tirar conclusões e interpretações sobre o conflito, é importante olharmos para o que antecede essa situação e conhecer um pouco mais sobre a história e a cultura destes povos. Nessa entrevista com a professora russa Svetlana Ruseishvili, a Consultora em Migrações e Mobilidade Humana Mona Perlingeiro nos apresenta um pouco do contexto histórico e cultural dos países envolvidos no conflito, para nos aproximar afetivamente da Ucrânia e também da cultura russa e georgiana.

Pysanky por Sofika Zielyk. Foto de Agnieszka Krawczyk. Pêssanka ou Pysanka, é um ovo colorido à mão, de origem e tradição eslava. Sua denominação é derivada do verbo pysaty e simboliza a vida, a saúde e a prosperidade. Esta arte tradicional dos ucranianos data de épocas muito antigas, quando eles eram preparados para presentear as divindades no início da primavera.

Em 24 de fevereiro de 2022, Vladimir Putin [atual presidente da Rússia], iniciou ataques contra o território ucraniano, e desde então diversos meios de informação divulgam notícias sobre as possíveis causas desta guerra. Contudo, este artigo buscará trazer um olhar afetivo sobre a Ucrânia e suas ligações ancestrais com a Rússia e entre outros países que já pertenceram à União Soviética.

É importante esclarecer que, sob nenhuma hipótese, a guerra pode trazer a solução para conflitos de ordem política.

Os resultados de intervenções militares sempre causam traumas, mortes em massa e desestabilização política, econômica e social para a população civil dos países envolvidos, e nesse caso específico, esses resultados vêm atingindo mais a população da Ucrânia.

Mas, o que antecede essa situação e o que é importante entender antes de começar a refletir sobre as consequências desta guerra? Durante o período de 1546 a 1917 os Czares [1] tinham domínio sobre o que se denominava Império Russo. Antes do fim da queda da dinastia Romanov [2] (últimos czares) no início do século XX, a população russa passava por uma situação social gravíssima, e movimentos políticos começaram a ganhar força, especialmente entre os membros do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), que posteriormente se dividiram entre mencheviques e bolcheviques, estes últimos apoiadores de Vladimir Lenin. E foram os bolcheviques que derrubaram a dinastia dos Romanov, com o evento que ficou conhecido como Revolução Russa de 1917.

No entanto, após a morte de Lenin, em 1924, Josef Stalin (de origem georgiana e rival de Leon Trótski [3]) foi tomando o poder gradualmente até ter dominação plena em 1928, dando início a um dos períodos mais conturbados da história da Rússia, especialmente para os países anexados pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) [4], que eram formadas pelas 15 repúblicas soviéticas da Rússia, Ucrânia, Geórgia, Armênia, Bielorrússia (ou Belarus), Uzbequistão, Cazaquistão, Azerbaijão, Lituânia, Moldávia, Letônia, Quirquistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Estônia.

Países do Bloco Soviético. Divulgação Folha Online

A União Soviética liderou o bloco oriental durante o período que ficou conhecido como Guerra Fria. Já na década de 1970, o país mostrava indícios de uma forte crise econômica que culminaria em uma recessão e crise política, contribuindo para a sua dissolução em 1991, quando a Ucrânia se tornou independente.  

É importante ressaltar que a região da antiga URSS possui enorme diversidade étnica, cultural e linguística.

Por fim, embora o imaginário sobre uma Rússia comunista prevaleça no ocidente, o atual governo não tem essa característica e demonstra um alto grau de conservadorismo.

É com essa introdução que a Agência Jovem de Notícias convida Svetlana Ruseishvili [5], professora russa nascida na Geórgia e criada em Kiev, a nos aproximar afetivamente da Ucrânia e também da cultura russa e georgiana.

Leia a entrevista completa

Mona Perlingeiro (MP) – Lana, você poderia nos contar um pouco sobre sua história e como chegou no Brasil?

Svetlana Ruseishvili (SR)Eu sou uma pessoa da diáspora russa. Nasci na Geórgia, em uma família russófona, isto é, falante de russo e que tem raízes russas, ucranianas e georgianas. Minha família saiu da Geórgia nos anos noventa, depois do fim da União Soviética e se estabeleceram em Kiev, na Ucrânia, que é a cidade onde eu cresci. E eu saí de lá já com 16 anos e fui pra Moscou fazer faculdade. Depois ainda fiz mestrado na França e agora estou no Brasil faz mais de 10 anos. Eu cheguei no Brasil depois de fazer o meu mestrado e já era casada com o meu marido brasileiro, e aí a gente decidiu vir para o Brasil. Ele decidiu voltar e fizemos essa decisão de forma conjunta, e no Brasil eu fiz doutorado na Universidade de São Paulo (USP) e estou aqui até hoje.

MP – Você poderia compartilhar suas memórias e a atual conexão com a Ucrânia e a Rússia?

SR – Bom, eu sendo de família russófona, fui criada como russa. Mesmo que eu tenha tido um pai e um avô georgianos, e a nossa etnicidade tenha passado pela linha paterna, a gente se identifica pelo sangue, não pelo lugar em que a gente nasceu, mas mesmo os meus parentes georgianos, como o meu pai e meu avô também falavam russo, então eu fui criada como uma pessoa russa, embora eu não tenha nascido na Rússia e só tenha pisado pela primeira vez lá já com uma certa idade, mas isso é uma característica das pessoas que nascem na diáspora. 

Quando a minha família se estabeleceu em Kiev, na Ucrânia, eu tinha uns seis anos eu acho… por aí, seis, sete anos, e eu fui pra uma escola russa, porque a minha mãe fez questão de encontrar uma escola que falasse o russo em Kiev, porque naquela época haviam reduzido o número de escolas com ensino integral em russo, já que a Ucrânia tinha se tornado um país independente e o idioma oficial de lá é ucraniano, mas eu estudei na escola russa. No entanto, obviamente eu tinha matérias ligadas à história, cultura, geografia e literatura da Ucrânia, em ucraniano também. Então, eu aprendi muito mais sobre a Ucrânia na escola do que sobre a Rússia

E depois quando eu fui pra Moscou me senti como um outro colonial. Quer dizer, depois de muita leitura, conheci autores que estudaram o colonialismo e hoje me entendo como um outro colonial. Por quê? Porque eu tinha um sobrenome georgiano e eu fui criada na Ucrânia. Basicamente cresci Ucrânia, eu tinha um sotaque ucraniano, tinha memórias ucranianas, e quando fui para Moscou eu me encontrei na metrópole de um grande império, de um país com histórico de império e eu era vista como um outro colonial pelos nacionais nascidos na Rússia. Foi neste momento que me descobri um outro colonial. Algo que eu nunca tinha descoberto vivendo Kiev, porque essa sensação não existia na cidade que cresci. 

Em Kiev, os georgianos, os armênios, os russos, os ucranianos e os judeus viviam com paz e igualdade, não tinha essa relação de superioridade que as pessoas de Moscou tinham em relação às pessoas das colônias, e isso eu descobri estando em Moscou. Mas ao mesmo tempo, sempre me senti russa porque fui criada como tal, e eu me apresento como russa até hoje. Ao mesmo tempo, eu sei que em Moscou eu era uma russa não tão russa quanto os que viviam na Rússia, né? Pelo menos eu sentia isso. 

Com o tempo e com muita leitura, eu entendi que tudo isso tem a ver com colonialidade e também compreendi que tenho ligações muito maiores com a Ucrânia do que eu pensava. Por quê? Porque o sujeito colonial quando vai pra metrópole (no caso, Moscou) ele quer ser mais nacional do que os próprios nacionais, entende? Então eu sempre quis ser mais russa do que os próprios russos para mostrar que eu era igual a eles. É aquilo que o Frantz Fanon [6] escreve: quando ele foi para a França e se descobriu como um sujeito colonial, ele observava também os outros martinicanos, e percebeu que seus conterrâneos queriam ser mais franceses do que os próprios franceses, e isso também aconteceu comigo. Então, com o tempo e as leituras, eu entendi que tenho ligações afetivas muito mais profundas com a Ucrânia, sabe? Tenho memórias da infância, ligações com a cidade… é na cidade de Kiev que eu me descobri como uma pessoa interessada pelas relações sociais na metrópole, nas grandes cidades. A temática das cidades sempre me atraiu, e me tornei o que sou hoje graças à minha vivência em Kiev, porque essa cidade é meu lugar de coração. Eu amo profundamente Kiev, é uma cidade que me formou como pessoa.

MP – Como você entende a guerra iniciada pela Rússia dentro dos territórios ucranianos?

SR – Eu entendo que essa guerra iniciada pela Rússia nos territórios ucranianos é uma guerra expansionista, imperialista. Por quê? Porque como eu disse, a Ucrânia sempre teve relações desiguais de poder com Moscou. Moscou sempre exerceu poder e domínio sobre os territórios ucranianos e sobre a cultura ucraniana, então nessa relação colonial, de colonialidade, de assimetria de poder colonial, a gente percebe esses traços históricos na atualidade desse conflito. A Rússia, sendo um país historicamente opressor das suas colônias, muito mais forte e muito maior do que a Ucrânia, mostra que invadir o território ucraniano significa um ato imperialista, né? Um ato de expansionismo que desrespeita a integridade territorial de um país soberano que é a Ucrânia. Portanto, a minha leitura desse conflito é pela lente colonial:  um neocolonialismo russo com uma forte carga messiânica, porque Vladimir Putin tem uma ideologia estabelecida que faz uma revisão histórica, tanto da época do Império Russo, quanto da época da União Soviética e exerce uma manipulação sobre esse passado histórico para justificar uma ideia de expansão, uma ideia de um nacionalista chauvinista [7] de expansão da Rússia para os territórios não russos.

MP – Quais as possíveis consequências dessa guerra para o mundo, especialmente para o povo ucraniano? 

SR – As consequências dessa guerra para o mundo e para o povo ucraniano são terríveis. Primeiro a gente vê o aumento do número de refugiados na Europa. São hoje dois milhões de refugiados ucranianos, né? As pessoas que estão saindo dos seus países e procurando abrigo e acolhimento nos países europeus. A segunda consequência grave que me preocupa muito, é que essa agressão dos russos… claro, do governo russo, mas também russos que estão apoiando em grande medida as ações do seu governo, claro que tem russos que não apoiam, que se opõem a guerra e são reprimidos, né? Que são perseguidos pelo próprio governo. Mas, no contexto dessa invasão, dessa ocupação, eu tenho medo de que a Ucrânia crie e desenvolva também um nacionalismo xenófobo, né? Um nacionalismo reacionário que vai banir do espaço público tudo que é russo, tudo que tem ligação com a Rússia. E a Ucrânia, precisamos lembrar, é um país que sempre foi pelo menos bilíngue. E como eu disse, eu sendo falante de russo na Ucrânia tive uma infância extremamente feliz e nunca nem me entendi, nem nunca percebi que eu era diferente justamente porque a Ucrânia sempre foi esse país com um nacionalismo cívico, e eu tenho medo que essa invasão russa como reação vai ter o fortalecimento na Ucrânia de um nacionalismo étnico e de um nacionalismo exclusivo, que vai excluir os russos e não apenas os russos, mas também os falantes de russo dos seus territórios, e aí sim é uma consequência nefasta para essa sociedade.

Outra consequência que já estamos presenciando, talvez ela teria que ser mencionada antes de falar sobre desenvolvimento do nacionalismo reacionário, é a união nacional do povo ucraniano que é um ponto positivo em torno dessa ideia da resistência à invasão. Hoje o povo ucraniano é extremamente unido, inclusive aquelas pessoas que antigamente faziam questão de se declararem etnicamente russas, mesmo tendo nacionalidade ucraniana, hoje muitas delas se posicionam como pessoas ucranianas e param até mesmo de falar russo no dia a dia e adotam o ucraniano como sua língua materna, como língua cotidiana. Isso é só um ponto positivo, mas como eu disse também tem um outro lado da moeda que é isso de ser xenófobo e excludente, né? Eu acho que é um ponto que precisamos ter cuidado.

Bom, por fim, se essa guerra não acabar logo e se ela acabar com a vitória do governo russo, e se ele (Vladimir Putin) conseguir realizar os objetivos que são acabar com a Ucrânia como um Estado-Nação, as consequências para o povo ucraniano vão ser terríveis, né? O povo ucraniano vai viver no exílio e formar uma das maiores diásporas novamente no mundo, assim como os palestinos e assim como os judeus eram antes da criação do Estado de Israel, né? Um povo enorme sem Estado-Nação, e no pleno século XXI que é uma situação realmente muito triste, né? Assim como com os palestinos que estão nessa situação já faz muitas décadas, e por outro lado se a Ucrânia vencer essa guerra ela terá ainda pela frente um grande desafio de reconstrução da sua cidade, da sociedade, das instituições democráticas e essa reconstrução democrática no contexto pós-guerra é também uma reconstrução difícil, porque a sociedade passou pela guerra, muitos grupos extremistas estão armados e tiveram acesso às armas e a treinamentos militares, então isso pode fortalecer também grupos extremistas e radicais, e essa democracia ucraniana depois da guerra vai precisar combater esses extremismos também.

MP – O Brasil tem alguma conexão histórica e cultural com Ucrânia e Rússia?

SR – O Brasil tem ligações históricas importantes tanto com a Ucrânia, quanto com a Rússia. A primeira ligação veio através dos migrantes, pela diáspora russa e ucraniana, e que atualmente vivem no Brasil. 

A diáspora ucraniana no Brasil é uma das maiores no mundo, ela se formou por meio da migração dos ucranianos das regiões oeste do país que naquela época faziam parte do Império Austro-húngaro, do Reino da Polônia, da Romênia e que vieram pro Brasil na passagem do século XIX para XX, e também depois da II Guerra Mundial como deslocados de guerra que foram aceitos pelo governo brasileiro já na segunda metade da década de 1940. Já os russos também tem uma diáspora importante, né? Tinha uma grande diáspora no Brasil muito ligada às diásporas russas em todos os outros países, principalmente na França, nos Estados Unidos, na Alemanha, que eram centros da diáspora russa, depois da Revolução Bolchevique [8], né? E que se formou principalmente neste período, depois da II Guerra Mundial. Então o Brasil tem ligações importantes com esses dois países. 

A diáspora ucraniana no Brasil se posicionou fortemente contra essa invasão russa, e a diáspora russa em alguns de seus segmentos também se posicionaram contrários a essa invasão. 

Hoje tenho orgulho de dizer que nós temos manifestações quase toda semana em São Paulo, e também em outras cidades do Brasil como Brasília, Salvador e no Rio de Janeiro, nas quais russos, ucranianos, descendentes de russos e descendentes de ucranianos estão protestando juntos contra essa situação, mostrando que a solidariedade é possível nesse momento tão difícil de guerra.

MP – Você poderia dar dicas de literatura, música e arte da Ucrânia, Rússia e Geórgia?

SRClaro!

Sobre a Rússia

Literatura
Música

Sobre a Ucrânia

Literatura
Cinema
Música

Sobre a Geórgia

Literatura
Shota Rustaveli (século XII) – escritor da obra “O Cavaleiro na Pele de Pantera” (literatura medieval).
Artes visuais
Niko Pirosmani (1862 – 1918) – importante representante da Arte naif.
Cinema
Sergei Paradjanov (1924 – 1990) – diretor clássicos do cinema soviético como “A Cor da Romã” de 1969 e a “Sombra dos Ancestrais Esquecidos”  de 1965.
Música e dança

Saiba mais sobre a história e a cultura destes países 

Clarice Lispector (1920 – 1977), uma das maiores escritoras brasileiras nasceu em Chechelnyk, na Ucrânia, e veio para o Brasil ainda criança fugindo da Guerra Civil Russa e de perseguições religiosas. Ela é autora de obras como “A Hora da Estrela”, “Laços de Família”, “Perto do Coração Selvagem”, entre outras obras.
A dupla musical feminina russa t.A.T.u fez muito sucesso nos anos 2000 no Brasil e no mundo, com músicas como “All the things she said”, “All about us” e “Not gonna get us” que contam com versões em russo. Elas criaram uma super polêmica porque se beijavam no clipe de “All the things she said” e durante suas apresentações ao vivo, e também diziam que se relacionavam. Na época, as discussões em torno das questões LGBTQIA+ não tinham a mesma visibilidade que têm hoje, e muitas meninas se perceberam lésbicas naquele período. Infelizmente, as relações homoafetivas na Rússia ainda são um grande tabu e sofrem grande repressão. A homossexualidade deixou de ser crime na Rússia em 1993, mas em 2013, o parlamento russo aprovou uma lei nacional que proíbe manifestações de “valores que não estão de acordo com a visão tradicional heterossexual para menores de idade”. De acordo com a legislação, a intenção é “proteger as crianças russas”. 
A cantora norte-americana Lady Gaga usou como referência o filme “A Cor da Romã” de 1969 do diretor de cinema nascido na Geórgia Sergei Paradjanov, para o clipe da música “911” do disco Chromatica (2020). O diretor tinha origem georgiana, trabalhou na Ucrânia e morreu na Armênia.
O cantor russo Vitas ficou popular no Brasil através de memes de sua performance na música “The 7th Element” (especialmente o som que fazia com a língua).
A cidade de Prudentópolis, no Paraná, calcula que mais de 70% dos 52 mil habitantes sejam descendentes de ucranianos que foram para a região no fim do século XIX. O Brasil abriga a maior comunidade ucraniana da América Latina, com aproximadamente 600 mil ucranianos e seus descendentes no país.
O maior acidente nuclear da história aconteceu no ano de 1986 em Chernobyl, na Ucrânia.

Notas:

[1] Título usado por monarcas. A série “Os Últimos Czares”, disponível na Netflix, narra um pouco sobre a queda do regime dos czares, quando a dinastia Romanov de Nicolai II é retirada do poder em razão da Revolução Russa (2017) e executada em 2018.

[2] Os Bolcheviques saíram como vitoriosos em 1917, mas os Mencheviques tiveram uma participação fundamental durante a Revolução Russa.

[3] Marxista e revolucionário bolchevique que foi morto por mando de Josef Stalin em Coyoacán, na Cidade do México em 1940.

[4] A URSS foi criada em 30 de dezembro de 1922 e dissolvida em 26 de dezembro de 1991.

[5] Svetlana Ruseishvili é doutora em sociologia pela Universidade de São Paulo (2016), mestre em ciências sociais pela École des Hautes Études en Sciences Sociales -EHESS- de Paris (2010) e graduada em sociologia pela Universidade de Moscou Lomonossov (2008). Em sua tese de doutorado pesquisou a imigração russa no Brasil após a revolução bolchevique de 1917, tendo abordado temas como a criação da categoria “refugiado”, colonização eslava do interior paulista, identidade nacional e relações étnicas em São Paulo das décadas de 1920-1940, recepção dos refugiados russos pelo Brasil após a Segunda Guerra Mundial.

[6] Psiquiatra e filósofo marxista anticolonialista nascido em Martinica, uma ilha caribenha que atualmente é um departamento ultramarino francês. É autor de livros como “Pele Negra, Máscaras Brancas”, “Os Condenados da Terra”, entre outros.

[7] É o termo dado a todo tipo de opinião exacerbada, tendenciosa ou agressiva em favor de um país.

[8] A Revolução Bolchevique, conhecida como Revolução Russa (1917) aconteceu quando a população de São Petersburgo saiu às ruas contra o czar Nicolau II, pedindo melhorias nas condições de vida, de trabalho e de alimentação, bem como a retirada das tropas russas da I Guerra Mundial.

Ver +

1 Comment

  • Embora a concepção do Comunismo tenha sido eliminar a desigualdade entre os cidadãos, mas fez o “nivelamento por baixo”, que trazendo a realidade brasileira seria trazer os salários para o Salário Mínimo nosso, algo que muitos analistas avaliam que a desgastante reforma da Previdência Social alcançou apenas 1/3 dos Segurados, isto é, perto de 70% dos contribuintes ao sistema, no final do governo Dilma/Temer já era sobre um Salário Mínimo! O Neo Liberalismo trazido pelo Fernando Henrique, da Inglaterra, nada mais é inspirado no Comunismo: a Nação no Controle da Economia: Agências Reguladoras de serviços terceirizados, concedidos ou privatizados. Excetuando o Comércio, toda a atividade econômica está debruçada no Diário Oficial da União e Banco Central, para saber o que o governo planeja de crescimento. Diferente do Capitalismo: Educação Americana é que está atenta ao futuro do Mercado Consumidor: o que os consumidores de lá e do mundo teremos necessidade no futuro. A China abraçou essa visão americana e sua defesa a Rússia, na Guerra atual, nada mais é de dominação: chega de polarização Rússia e Estados Unidos, que governaram por 44 anos, juntos, a Alemanha!

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *