Filmes para assistir e se ver na tela

5 títulos para enaltecer a visibilidade preta no cinema

Por Gabriel Gonçalves, Julia Cavalcante, Luziana Flora, Thamires Jabbur, virajovens de São Paulo (SP).

Quando falamos sobre representatividade preta no cinema, não é sobre pessoas negras simplesmente aparecerem nas telas – mas serem bem representadas por obras que respeitem a história e cultura do povo preto. É sobre cineastas e atores/atrizes terem a oportunidade de mostrar as próprias narrativas em seu trabalho, escrevendo, dirigindo ou atuando como personagens que de fato as representam.

Cena do filme Pantera Negra / Divulgação

Os impactos desse cinema são enormes. Fortalecem a autoestima de quem sempre se viu retratado/a de maneira pejorativa: se ver nas telas brilhando reforça a crença em si e no próprio povo.

Por isso, listamos 8 filmes para assistir e se ver bem representado/a na tela – 5 deles estão aqui e 3 na mais recente edição da Revista Viração.

Pega a pipoca e vamos lá!

1. Pantera Negra | 2018 | 134 min

O filme é um marco na história da indústria cinematográfica. Com uma equipe majoritariamente negra, finalmente um blockbuster de alcance mundial consegue representar o orgulho e a herança cultural africana, mostrando negros e negras como reis, rainhas, príncipes e heróis, não apenas como criminosos, vilões ou servos dos brancos.

Pantera Negra é o primeiro super-herói de ascendência africana. O filme conquistou três prêmios no Oscar: melhor trilha sonora original, melhor figurino e melhor direção de arte. Sua trama principal mostra a vida do rei T’Challa e suas responsabilidades como super-herói. Traz para as telonas uma cultura única e inexplorada no cinema, nos transporta para dentro da cultura africana através de Wakanda.

2. Corra | 2017 | 103 min

Um thriller, escrito e dirigido pelo brilhante Jordan Peele, uma ficção (ou não?) para abordar o racismo ainda incrustado na sociedade tradicional. Racismo do qual será vítima o personagem Chris, interpretado por Daniel Kaluuya, que junto de sua namorada caucasiana vai passar um final de semana na casa da família dela. Uma vez lá, se depara com um ambiente horripilante, que enfatiza a invalidez da ideia de democracia racial.

3. Preciosa – Uma história de esperança | 2009 | 110 min

Esse filme com certeza vai te emocionar e  enraivecer ao mesmo tempo. O filme conta a história de uma garota, negra e gorda, que, no ambiente familiar, é agredida fisicamente e psicologicamente pela mãe e violentada pelo pai desde pequena. Na escola, a situação não é muito diferente, ela enfrenta diariamente o bullying.

Como  desde pequena vinha sendo violentada pelo próprio pai, engravidou duas vezes. Sua primeira filha, que nasceu com síndrome de Down, recebe o apelido pejorativo de “Mongo” e é criada pela avó. Quando Preciosa engravida pela segunda vez, novamente do próprio pai, é expulsa da escola. Ao chegar em outra escola, tem a vida aos poucos transformada. O filme mostra uma história de luta onde a garota precisa de toda a sua força, fé e esperança.

4. Nós | 2019 | 116 min

O longa metragem, de roteiro e direção de Jordan Peele, mesmo diretor de “Corra”, traz uma proposta ousada: ambições filosóficas com convenções de terror. A narrativa se faz em torno de uma família, que, apesar da relutância da mãe (Lupita Nyong’o), decide passar as férias na casa de veraneio da família. NA trama levará os personagens a um confronto direto com reflexos, espectros e seus duplos. Como vencer a si mesmo?

5. Um Príncipe em Nova Iorque | 1988 | 117 min

Akeem (Eddie Murphy) é o príncipe de um rico país africano e não deseja mais nada, exceto uma mulher que o amará apesar de seu título nobre. Para escapar de um casamento arranjado, Akeem foge para os Estados Unidos acompanhado de seu exigente companheiro, Semmi (Arsenio Hall), para encontrar a sua rainha. Disfarçado de um estudante estrangeiro e trabalhando em um restaurante, ele namora Lisa e luta contra a revelação de sua verdadeira identidade.

Para esse último, vem sendo preparada uma continuação com lançamento previsto para 2021.

Gabriel Gonçalves, Julia Cavalcante, Luziana Flora, Thamires Jabbur são participantes do projeto Geração que Move e participaram da construção da edição nº 117 da Revista Viração – Manifesto Antirracista.

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