Fatores socioambientais nas decisões de investimento
Por Mariana de Paula, do LabJaca
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Está ocorrendo a COP27 em Sharm el-Sheikh, no Egito, onde atores do ecossistema – representantes de Estados, empresas e organizações da sociedade civil – se unem em prol da pauta ambiental, revendo os acordos já estabelecidos sobre o clima.
São diversas mesas, painéis e salas de negociação com uma só proposta: como conter a crise climática que o mundo vivencia hoje?
Sim, a chamada é para a ação, para o agora! Muitos tratados têm como meta o ano de 2030, caminhando em conjunto com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, mas a pressão é que as estratégias se tornem planos de implementação concretos para, enfim, alcançarmos a justiça climática.
E o caminho para isso é um só: financiamento. Os países ricos são os principais produtores de gases de efeito estufa e, como reparação histórica, devem ser aqueles que mais contribuem para o financiamento das ações climáticas em países em desenvolvimento, que são mais vulneráveis ao risco climático, como é o caso do Brasil.
Quando reduzimos a escala à nível nacional, a lógica não difere: as empresas têm a obrigação de olhar para as agendas locais e levar em consideração fatores
ambientais e sociais nas suas decisões de investimentos. É necessário ser pragmático em relação aos aportes financeiros: é essa ferramenta que vai fazer gerar e acelerar as soluções já existentes. Esse é um passo importante para a garantia da execução de acordos sobre as ações climáticas, como o Acordo de Paris.
Tão importante quanto o financiamento privado é a formulação de políticas públicas
a partir do diálogo com a ponta do processo. A colaboração em rede composta por universidades, corporações, governo e organizações da sociedade civil são as ferramentas para o resultado de desenvolvimento no Brasil, proporcionando vários benefícios e redução de desigualdades.
Isso precisa de uma mudança estrutural, com a sociedade atuando em consonância, valorizando a contribuição das comunidades tradicionais, indígenas, favelizadas e quilombolas, que estão promovendo soluções locais. Soluções estas possíveis de serem replicadas de maneira nacional, e que tem como legado a rede e colaboração. Para a mudança ser sistêmica e macro, é imprescindível valorizar e ampliar o micro.