Educomunicação e Diversidade: espaço para diálogo a favor dos Direitos Humanos
Já pensou na relação entre a Educomunicação, a Diversidade e os Direitos Humanos? Com a proposta do diálogo e de aprendizados, conheça projetos e ações em torno do tema e da promoção da cidadania.
Por Jade Castilho
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O dia 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, marca uma série de lutas, desde a Revolta de Stonewall, em Nova Iorque, no ano de 1969. A luta pela igualdade de direitos e reconhecimento da diversidade ganhou uma data especial e vem sendo pautada cada dia com mais frequência pela mídia, agendas culturais e ações de empresas e organizações.
A questão leva à reflexão sobre como lidar com o outro e suas diferenças, que podem, muitas vezes, reverberar em intolerância, violência e obstrução de direitos. A diversidade pode ser entendida a partir de diversos olhares, como de raça, gênero, sexualidade, religião, entre outras.

Garantir a existência e expressão de toda a diversidade é papel dos Direitos Humanos, na medida em que atua sob a igualdade e dignidade a todos os seres humanos, oferecendo lugares de expressão e existência de todos.
No Brasil, por exemplo, de acordo com os dados de 2019 do Grupo Gay da Bahia (GBB), um LGBT é assassinado a cada 24 horas. A cada uma hora um LGBT é agredido no Brasil, segundo levantamento realizado pela FioCruz em 2020. Nesse sentido, a educomunicação surge como um espaço de diálogos, aprendizados e formação crítica.
Diversidade e Políticas Públicas

Janaína Gallo, licenciada em Educomunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), advogada, e mestranda em Ciências da Comunicação na mesma instituição, atuou junto à Coordenação de Educação em Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) da Prefeitura de São Paulo, e comenta sobre a inserção da temática LGBTQIA+ em projetos de atendimento de saúde, assistência jurídica, apoio psicológico e serviço social da administração.
“O destaque maior que eu daria foi o programa Transcidadania, que se iniciou em 2015 e permanece até hoje. O programa tem como objetivo fortalecer as atividades de inclusão profissional, reintegração social e resgate da cidadania para a população de travestis, mulheres transexuais e homens trans em situação de vulnerabilidade, atendidas pelo Centro de Cidadania LGBTI. Por meio do Programa, este público tem a oportunidade de concluir o ensino Fundamental e Médio, além de ter a possibilidade de adquirir qualificação profissional e desenvolver práticas de cidadania, por meio de atividades de educação em direitos humanos”, destaca.

De acordo com a educomunicadora, pensar a diversidade enquanto condição de existência do ser humano também deve ser um olhar das políticas públicas.
“Se as políticas públicas são conjuntos de programas, ações e decisões tomadas pelos governos (nacionais, estaduais ou municipais) que visam assegurar direitos à população, não tem como pensar nessas ações sem considerar a diversidade dos seres humanos. Pensar em políticas públicas que atendam às necessidades da diversidade humana, seja ela de raça, gênero, entre tantas outras, é fundamental e condição imprescindível para uma política séria, que deve ser pensada com base na transformação sociocultural e nas potencialidades que uma convivência harmônica, com respeito à diversidade, pode trazer não para um ou outro, mas para o conjunto da sociedade”, completa.
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Quer saber mais sobre o tema? Fique de olho nessas referências e projetos!
Gênero e Educação: Fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais – Coedição: Ação Educativa; CLADEM – Comitê da América Latina e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher; ECOS – Comunicação em Sexualidade; Geledés – Instituto da Mulher Negra e Fundação Carlos Chagas.
Educomunicação e Diversidade: integrando políticas – MACHADO, Sátira Pereira; DE OLIVEIRA SOARES, Ismar; ROSA, Rosane. Educomunicação e Diversidade.