Diário de bordo: ‘speaker’ em um painel sobre justiça climática

Participei como palestrante de um painel sobre jovens acadêmicos na área de justiça climática apresentando meus trabalhos sobre justiça ambiental e resiliência urbana. 

Por Livia Chaves Marcolin

Olá, eu sou Lívia Chaves Marcolin, sou ativista socioambiental da Fridays for Future Brasil, e estive presente na COP 27, conferência da ONU sobre as mudanças climáticas, no Egito. Além de ativista, eu sou pesquisadora na área de justiça ambiental, e, por causa da minha pesquisa, fui convidada para apresentar artigo científico em um painel que teve como objeto jovens estudantes e pesquisadores para justiça ambiental. A atividade aconteceu no Pavilhão de justiça climática, no dia 15 de novembro de 2022.

Nesse painel eu apresentei ambas as minhas pesquisas: uma que relaciona a Justiça Ambiental Crítica, que é um framework criado pelo professor da Universidade da Califórnia David Naguib Pellow, com a pandemia do COVID-19; e outra que faz uma comparação das estratégias de Resiliência Urbana e Climática de três cidades litorâneas brasileiras: Santos, Rio de Janeiro e Salvador. Nessa oportunidade eu fiz questão de deixar bem claras as diferenças sofridas pelo norte global e pelo sul global no tocante às mudanças climáticas.

Em minha visão, foi chocante observar que dentre as cinco painelistas presentes, eu era a única vinda do sul global, especialmente considerando que se tratavam de exposições sobre justiça climática. Tive 15 minutos para apresentar meus dois trabalhos – o que foi um desafio. Consegui aproveitar esse tempo e, aparentemente, foi possível chamar atenção para os problemas que o Sul Global vem enfrentando em relação ao norte, com o foco no Brasil e na cidade onde eu vivo, Salvador-BA.

Essa experiência me fez perceber que, cada vez mais, precisamos ocupar esses espaços, pois ainda falta muita representatividade do Sul Global, de pessoas não brancas e não privilegiadas. De certa forma, isso me faz acreditar que temos muitas razões para continuarmos nos organizando e lutando cada vez mais, pois se nem em um Pavilhão de Justiça Climática há representatividade, imagine nos outros espaços?

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