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Diário de Bordo: expectativas de um jovem colombiano para a COP 21, em Paris

Camilo Trujillo Sarmiento, de Paris

Voltar à Franca sempre foi um desejo a cumprir. Durante três anos tenho vindo a aprender o idioma que nasceu neste lugar e analisar certas características desta reconhecida sociedade. Bem, que melhor oportunidade para voltar, quando são celebrados dois eventos importantes para o planeta: a COY11 e a COP21. Fantástico! Estão relacionadas com o ambiente. A COY visa reunir jovens de todo o mundo para discutir, partilhar e estabelecer redes de apoio que podem trabalhar na área do ambiente. Enquanto a COP é um desafio para os governos, o direito público internacional e as relações internacionais; procurando alcançar acordos transnacionais e orientações, a fim de preservar o ambiente.

Minha experiência

Os meus pais e amigos sempre me disseram antes da viagem: “Camilo, vê, conhece e ama. Aprende com todas as experiências que te forem proporcionadas”. Não estavam errados! Se há algo que eu reconheço, desde que comecei a frequentar esses eventos, é o meu crescimento pessoal. Ter a oportunidade de conhecer pessoas de Chade, da Alemanha, da Suécia, da Bolívia e de outros países, é um feito sem precedentes. Em cada conferência que eu participo e com cada pessoa com que eu me encontro abre-me mais as fronteiras da minha mente. A visão e segurança sobre vários temas do conhecimento são fortalecidos, no entanto novas questões surgem constantemente.

É muito bonito ver como as pessoas se reúnem à volta de um tema tão nobre: a preocupação com o ambiente. É como se o tema da conferência fizesse com que as pessoas pudessem adquirir, automaticamente, um toque de boa energia em sintonia com a beleza da natureza; ou, melhor dito, de acordo com a beleza da nossa essência. E como podemos esquecer de que a natureza é a nossa essência? Como podemos negar que ao afetar a natureza estamos, realmente, a tornar-nos mais vulneráveis​​?

Participar nessas conferências é atuar, é adquirir sinergias e adquirir conhecimento para tomar as medidas necessárias no combater às alterações climáticas. Participar na COY11 e na COP21 são oportunidades únicas que dão um sentido de vida.

Colômbia e sua biodiversidade

Tendo a oportunidade de publicar este artigo é impossível não pensar no meu país, a Colômbia; um lugar severamente marcado por imagens mentais que se têm desde o exterior. Um estigma que está associado a acontecimentos passados​​, intensificado pelos meios de comunicação da época. Se tivessem, realmente, a oportunidade de conhecer o que aconteceu… É o segundo país com maior biodiversidade do mundo e o lugar com o maior número de espécies de aves do planeta, para além de outras riquezas.

Os recursos naturais da Colômbia não são apenas importantes para os colombianos, mas para todo o mundo. E é neste ponto que é impossível não pensar como um politólogo. O governo nacional deve definir uma política clara e coerente para proteger o ambiente. Não pode prestar-se a ambiguidades relativas aos interesses dos vários ministérios e lóbis. Portanto, a República da Colômbia deve considerar as alterações climáticas como um tema de interesse nacional. Não se pode voltar atrás.

Os colombianos que fazemos parte do “Youth Climate Movement” (MCJC) consideramos ser importante a criação de espaços de diálogo entre os jovens e o governo nacional. Este diálogo tem o objetivo de definir questões importantes em matéria de ambiente, seguindo os princípios da Convenção de Aarhaus. Esta convenção visa o acesso à informação, participação do público na tomada de decisões e acesso à justiça em matéria de ambiente. Além disso, como movimento, reclamamos e estamos prontos para trabalhar com o governo para criar um modelo de desenvolvimento sustentável que não permita que a economia nacional dependa, em grande parte, da extração de petróleo e de matérias-primas. O desenvolvimento da economia em diversos setores é fundamental para alcançar a sustentabilidade.

As expectativas para a COP21

As expectativas para este ano em relação à COP21 são maiores do que os dos anos anteriores. A humanidade estás no limite para fazer algo de forma a evitar um aumento da temperatura de 4ºC. Recentemente têm surgido uma série de circunstâncias favoráveis ​​para que, finalmente, de possa chegar a um acordo juridicamente vinculativo que leve os países de todo o mundo a reduzir as suas emissões de gases com efeito estufa.

Para além da assinatura de todas as partes, há uma grande expectativa no avanço do processo de maturidade de um sistema que ainda não respeita o ambiente e os direitos humanos. A intenção não é, necessariamente, mudar de paradigma, ou de sistema, mas sim que tenha em mente que a nossa ética, a nossa moral e necessidade de sobrevivência, em conjunto, devem-se sobrepor aos interesses pessoais. A meta: um sistema económico sustentável.

Partilhar esta mensagem é para mim um dever cívico para com a minha espécie, é um ato nobre que procura continuar a contribuir ainda mais para a consciencialização sobre o ambiente. A finalidade: garantir um melhor ambiente e uma melhor qualidade de vida.

Tradução: Laura Gonzales Munera e Joaquim Ramos Pinto

Jornalista, professor e educomunicador. Responsável pelos conteúdos da Agência Jovem de Notícias e Revista Viração.

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