Dia Internacional da Juventude
Sabemos que a juventude é fundamental na transição para um planeta sustentável. Contudo, será que essa parcela da população está sendo assistida?
Por Amanda da Cruz Costa
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Fala meu pão de queijo de batata doce, beleza? 🙂
Hoje é dia 12 de agosto, o Dia Internacional da Juventude. Bem baphô ter um dia só para a gente, né? 🙂
A data foi criada em 1999 numa resolução da Assembleia geral na Organização das Nações Unidas (a famosíssima ONU), em resposta à recomendação da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude, que ocorreu em Lisboa no ano anterior.
Os objetivos da data são:
- criar um marco para a juventude global;
- celebrar o papel das novas gerações como agentes de transformação;
- aumentar a conscientização sobre os desafios sociais, econômicos e ambientais enfrentados pelos jovens.
Sabemos que a juventude é fundamental na transição para um planeta sustentável. Contudo, será que essa parcela da população está sendo assistida?
De acordo com o Atlas da Juventude, o Brasil é o lar de quase 50 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos, isto é ¼ de toda a população! Todavia, os jovens vivem uma realidade de constante violação de direitos, sendo frequentemente expostos a uma série de vulnerabilidades sociais. Muitos jovens estão inseridos em um contexto excludente, violento e desafiador em diversos aspectos, tendo que enfrentar muuuuuuuuitas barreiras para desfrutar seus direitos básicos.
Mas quer saber a reeeal oficial?
Os jovens serão a população em idade ativa nas próximas décadas e podem trazer um bônus demográfico sem precedentes! A juventude detém a força de trabalho, energia de produção e vontade de realização. Investir nessa galera trará um ganho exponencial para o mundo, pois certamente reduzirá a pobreza e elevará os padrões de vida de toda uma nação.
Em 2005 o Brasil começou a ampliar seus esforços com os jovens, pois o Governo Federal se viu pressionado a iniciar a construção da Política Nacional de Juventude. O plano foi concluído 8 anos depois, com a aprovação do Estatuto da Juventude.
O Estatuto da Juventude foi criado no dia 05 de agosto de 2013, com a Lei Nº 12.852 que instituiu os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude – SINAJUVE.
Você sabia?
O Estatuto da Juventude indica que os jovens brasileiros têm direito à diversidade e à igualdade de direitos e de oportunidades, independente de cor/raça, sexo, gênero e orientação sexual. (Lei Nº 12.852)

Atualmente, a população jovem está dividida da seguinte forma:
- 61% negros (51% pardos e 10% pretos);
- 38% brancos;
- 0.5% amarelos;
- 0.4% indígenas.
Nessa divisão, os jovens pertencentes a grupos minoritários são os que mais sofrem com a ausência de políticas governamentais. Como exemplo, podemos citar as juventudes indígenas, ribeirinhas e quilombolas, que são frequentemente invisibilizadas, excluídas e carecem da construção de políticas e ações públicas que dialoguem com suas especificidades e heterogeneidades.
Você sabia?
Até o ano de 2017, a Fundação Cultural Palmares (FCP) havia certificado 2.962 comunidades quilombolas no Brasil. Já o IBGE (2019) estima que existem 7.103 localidades indígenas e 5.972 localidades quilombolas no Brasil.
O governo tem um papel essencial no apoio às juventudes! É necessário desenvolver estratégias para:
- Reduzir a mortalidade infantil;
- Empoderar meninas e mulheres;
- Investir no capital humano de jovens;
- Ampliar o acesso a métodos contraceptivos;
- Estimular o crescimento econômico e a inclusão produtiva das juventudes.
Os jovens são potência para o mundo!
Em 2015, a ONU criou a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável e identificou os jovens como agentes críticos de mudança social, econômica e global, sendo essenciais para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Para garantir a participação contínua dos jovens na agenda, é necessário um forte engajamento na implementação e no monitoramento de políticas municipais, estaduais e federais, bem como a criação e o fomento de espaços de diálogo a nível local, nacional e internacional.
Atlas da Juventude, pag. 29
No ano de 2017, a Unesco identificou três eixos de atuação para as juventudes:
- Formulação e revisão de políticas com a participação de jovens;
- Desenvolvimento de capacidades para a transição à vida adulta;
- Engajamento cívico, participação democrática e inovação social.
Já em 2018, a ONU lançou a estratégia Juventude 2030, estabelecendo cinco prioridades para colocar os jovens como protagonistas da Agenda 2030:
- Engajamento, participação e advocacy: amplificar as vozes dos jovens para a promoção de um mundo pacífico, justo e sustentável;
- Bases informadas e saudáveis: apoiar o acesso dos jovens à educação de qualidade a aos serviços de saúde;
- Empoderamento econômico por meio do trabalho decente: apoiar os jovens no acesso ao trabalho decente e à inclusão produtiva por meio do emprego;
- Juventudes e direitos humanos: proteger e promover os direitos dos jovens e apoiar sua cidadania e seu engajamento político;
Construção de paz e resiliência: apoiar jovens como catalisadores para a paz, a segurança e a ação humanitária.
Apesar de toda mobilização dos órgãos multilaterais ligados às Nações Unidas, é necessário que os tomadores de decisão nacionais, integrem os jovens em suas políticas e em seus respectivos times de atuação, para que a representação institucional desses jovens seja fortalecida.
Não basta desenvolver um único programa e afirmar que “a juventude é o futuro”. Se esse futuro não for construído agora, ele simplesmente não existirá.
Aliando as potencialidades locais com instrumentos de governança de participação ativa, as juventudes poderão, de fato, co-construir uma realidade inclusiva, colaborativa e sustentável para todas, todos e todes!

O futuro é jovem, sustentável e periférico.
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