Democracia Sob Ataque: O que fazer quando o passado ameaça o futuro?
No último dia 8 de janeiro experimentamos o mais duro ataque a nossa democracia em toda a nossa história. Terroristas motivados por discursos golpistas invadiram a capital federal e atacaram a sede dos três poderes constituídos, diante de tamanha atrocidade nos perguntamos, que nação será entregue para a próxima geração?
Por Osvaldo Filho
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No último dia 8 de janeiro, vivemos um episódio triste da nossa história enquanto nação. Nossa Democracia foi violentamente atacada por um grupo de terroristas que tinham como principal objetivo derrubar o Estado Brasileiro e impor um regime de exceção. Eles falharam em sua tentativa golpista, mas a ferida exposta no coração deste país parece estar longe de se curar.
A grande pergunta é: O que fazer quando o passado ameaça o futuro?
Não faz muito tempo, no Brasil a liberdade de expressão e de manifestação eram proibidas. Qualquer pessoa que ousasse se posicionar de maneira contrária, o simplesmente fazer oposição ao governo seria duramente censurado e em alguns casos submetidos a prisões sumárias e tortura. Os nossos direitos políticos foram cerceados por 20 anos no Brasil; era impensável votar para presidente. Democracia era uma ideia distante da realidade…
Felizmente, não experimentei tal atrocidade.
Após anos de muita luta, a Democracia no Brasil foi finalmente conquistada. Estadistas como Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, junto com tantos outros, tiveram papal central no nascimento de uma nova República livre e Democrática. Graças à dedicação e trabalho desses grandes homens e de outras centenas de pessoas que deram o próprio sangue, tivemos nossa liberdade restaurada.
Eu e outros milhões de jovens brasileiros tivemos a oportunidade de nascer num país livre, cujo Estado Democrático de Direito é sustentado por uma forte Constituição, marcada pela cidadania. Nós, herdeiros desse legado, nunca imaginamos que um dia tamanha conquista pudesse ser questionada.
O Brasil é o país do futuro. Somos detentores de grandes riquezas naturais, somos ricos em cultura e em diversidade. Nosso maior tesouro, a Amazônia, é um patrimônio de toda a humanidade que temos a responsabilidade de preservar, e compartilhar de suas riquezas com o mundo.
O grande desafio da minha geração é encontrar formas de desenvolver tamanhas riquezas a ponto de sermos capazes de solucionarmos problemas históricos como a desigualdade e a extrema pobreza, a discriminação racial, a inclusão de maiorias minorizadas. São nesses desafios que os 50 milhões de brasileiros entre 15 e 30 anos devem se focar, esse é o grande desafio das juventudes.
Infelizmente, monstros do passado ainda insistem em retardar o nosso progresso. Discursos retrógrados de ataque às conquistas sociais, à diversidade, à Democracia e às instituições ainda tiram os nossos olhos do futuro e tentam nos intimidar, com possibilidade de volta de um passado há muito superado.
As Juventudes Brasileiras não podem aceitar absolutamente nenhum retrocesso. Nascemos num país livre e democrático; não podemos – e não iremos – tolerar qualquer violação dos nossos direitos. Somos frutos da Democracia, a liberdade está na nossa natureza. Não deixaremos que discursos golpistas do passado interrompam o nosso futuro. Construiremos juntos um país para todos sobre as bases de uma democracia sólida.
Não fugiremos da luta! Defenderemos a Democracia até o fim.
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