Cultura negra ainda não está nos planos pedagógicos no Brasil, avalia docente no Fórum Mundial de Educação
Por Tulio Bucchioni
“As direções pedagógicas não se envolvem com o tema da cultura e história afro-brasileira e as pessoas não se sensibilizam”, dispara Lucia Regina Brito, uma das educadoras que representou o Brasil no grupo de trabalho “Educação, Diversidade e Inclusão”, no Fórum Mundial de Educação 2014, em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre (RS).
Posicionando-se contra o que identificou como um voluntarismo de professores e diretores de escolas públicas para tratar o tema, Lúcia chamou atenção para a necessidade do cumprimento da lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da cultura e história do continente africano em sua diversidade, das lutas e do papel dos povos negros na formação da sociedade brasileira.
“Antes havia limitações concretas para o acesso à informação para subsidiar a ação em sala de aula, hoje a situação não é mais a mesma”, afirma. Conquistada após décadas de atuação do movimento negro no Brasil, na opinião de Lúcia um dos principais empecilhos para o cumprimento da lei 10.639, que completou 10 anos no ano passado, encontra-se na falta de formação inicial e continuada para profissionais da educação sobre o assunto.
“É preciso conhecer, recuperar a população negra, que sempre esteve marginalizada e excluída da cultura brasileira; a cultura negra é um dos pilares desse país”, avalia.