CPI em foco #04: O que é o “Gabinete Paralelo”?

Vamos entender o que é o tal gabinete paralelo, qual o foco de suas ações e conhecer alguns nomes que fariam parte deste grupo

Por Maria Eduarda Melo

Um dos temas mais discutidos sobre a CPI da Covid nas últimas semanas é o chamado Gabinete Paralelo.

Mas você sabe o que é esse gabinete?

Esse gabinete seria formado por um grupo de  pessoas que, de maneira informal, aconselharia o presidente Bolsonaro sobre questões relacionadas à pandemia, por fora do Ministério da Saúde.

Segundo as informações colhidas pela Comissão Parlamentar de Inquérito, médicos, empresários, membros do governo e até mesmo o filho do presidente, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (REPUBLICANOS), fariam parte desse gabinete.

Além da participação do filho do presidente e membros de entidades da classe médica, o também chamado “O gabinete das sombras” contaria com a presença de:

  • Fabio Wajngarten – advogado, empresário do setor de pesquisa. Fez parte do governo Bolsonaro na área de comunicação.
  • Arthur Weintraub – advogado e ex-assessor da Presidência da República, conhecido como “guru da cloroquina”.
  • Osmar Terra – médico e político brasileiro em mandato de federal pelo Rio Grande do Sul. Conhecido por fazer previsões negacionistas sobre a pandemia no Brasil.
  • Nise Yamaguchi – médica e pesquisadora, defende o uso da cloroquina para tratamento da Covid-19.
  • Mayra Pinheiro – secretária de Gestão de Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde. Conhecida como “Capitã Cloroquina”.
  • Carlos Wizard – empresário, executivo e escritor. Declarou doar seu tempo para ajudar o país a controlar a pandemia.

A insistência na indicação do chamado “kit covid” – a cloroquina ou hidroxicloroquina, a ivermectina e a azitromicina, medicamentos que não têm eficácia comprovada para tratar o coronavírus, o estímulo a aglomerações, os debates contrários às vacinas, a tese da imunidade de rebanho e o falso dilema entre saúde e economia fazem parte das estratégias negacionistas defendidas pelo grupo e que, infladas pelo discurso e pelas ações do presidente, custaram a vida de milhares de brasileiros.

O “gabinete paralelo” se tornou notícia pelas inúmeras citações de depoentes na comissão. O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, por exemplo, confirmou a existência do grupo. Nelson Teich não falou sobre as reuniões, e o ex-ministro militar, Eduardo Pazuello, alegou não saber informar a existência do gabinete paralelo.

Registro de uma reunião entre supostos membros do “gabinete paralelo” divulgado nas redes sociais durante a CPI da Covid. Reprodução Rede Brasil Atual

Apesar dos registros que vieram a público e que comprovam a realização de ao menos uma reunião, nenhum dos citados reconheceu oficialmente a existência do  “Gabinete Paralelo”.

Leia os outros textos da série educomunicativa CPI em Foco:

  1. O que é uma CPI?
  2. Quem é quem na CPI da Covid?
  3. Um pouco de história

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