Conheça as atividades e participantes da COY12

Jovens correspondentes contam o que rolou na Conferência

  • Sendo a Índia por um dia

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| Por: Giovanni Arisi (países em desenvolvimento), Matteo Pergher (Índia) e Giulia Tolotti (países industrializados) | Tradução: Juliana Winkel (AJN)

Há um antigo ditado indiano que diz: “Antes que você possa entender ou julgar uma pessoa, precisa andar três luas com os seus sapatos.” E é exatamente isso que tentamos fazer no workshop “Simulação Mundial do Clima: Simulação de Negociações Climáticas”, durante o primeiro dia da Conferência Internacional da Juventude sobre Mudança do Clima, a COY12, realizada em Marrakech.

Você já se imaginou pensando como um Chefe de Estado indiano? Ou no desafio de conciliar países em desenvolvimento e países industrializados? Bem, nós tentamos.

Nesta atividade, nos dividimos em grupos de pessoas de diferentes nacionalidades com a tarefa de representar uma nação (EUA, China e Índia) ou um grupo de Estados (UE, países em desenvolvimento, países industrializados) durante uma simulação da COP22, que se propõe a decidir como manter a temperatura global abaixo de +2°C. Depois que cada estado formulou suas “ambiciosas” propostas relativas aos fatores* que influenciam na emissão de CO2, verificamos, por meio de um simulador, a situação à qual estas escolhas nos levariam em cem anos. Com surpresa, descobrimos que nossas intenções não eram suficientes para impedir o aumento da temperatura. A segunda parte das “negociações”, por sua vez, pediu aos estados individuais, ou nós, que compartilhássemos nossas decisões e fizéssemos concessões para alcançar o objetivo desejado.

Foi frustrante perceber como os esforços que pareciam “grandes”, na verdade, eram mínimos no contexto global. Nossa conclusão mais clara foi a necessidade de agir imediatamente: não para repetir uma “frase feita”, mas porque a simulação realmente nos fez compreender que, se adiarmos as decisões que precisamos tomar agora, seremos impedidos de realmente mudar as coisas.

* Os fatores que afetam a emissão de CO2 são: o ano previsto de emissão máxima de CO2, o ano de início da redução das emissões, a taxa de redução anual de emissões, a taxa de desmatamento, a taxa de arborização e os fundos atribuídos ou solicitados pelas partes.

 

  • Bali na COY: Escola Verde, Geração Verde

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|Por: Hiba Moustahfid, Sara El Khbir, Maroua, Salma, Taha laraj e Olaya mahdaoui

De Bali-Indonésia, chega um grupo de meninas com o objetivo de mudar o mundo. Elas são alunas da “Green School”, uma escola particular que reúne mais de quatrocentas pessoas de diferentes nacionalidades, desempenhando diferentes funções.

O conceito deste projeto é inspirado na comunicação entre alunos, professores e pais. Baseia-se em transformar a educação tradicional em um modelo mais sustentável e ecológico, em que cada voz é ouvida.

Elas trouxeram novas estratégias para combater a poluição e as alterações climáticas, como a BBPB (ou “byebye sacos plásticos”). Apoiando esta campanha, decidiram viajar por todo o mundo, compartilhando suas experiências e conscientizando sobre os perigos da mudança climática.

Neste ano de 2016, elas decidiram dar um salto. Da Indonésia, Grécia e Itália até Marrakesh, no Marrocos, vieram juntas para realizar seu projeto com o mesmo objetivo.

A ativista estudantil Daisy conta: “Acreditamos firmemente que a educação tem o poder de envolver e mobilizar os estudantes. Mas fazer isso não é fácil. É preciso muito trabalho duro e comprometimento. Mas eu garanto que é possível e que o esforço é recompensado.”

“Participar da Green School foi uma aposta, não só para os fundadores, mas também para as famílias”, acrescenta. “Nos dois curtos meses que passei lá, me inspirei a me tornar um jovem guerreiro do meio ambiente. Devo admitir que esta escola é um grande risco, mas somos o exemplo vivo de que esse tipo de educação realmente existe.”

“A Green School representa uma educação significativa e relevante para a sustentabilidade, que é a educação de que precisamos para combater as alterações climáticas”, afirma Sarita Pockell, diretora do semestre “Earthbound Traveling”.

A estrutura de bambu que eles criaram foi inspirada em um episódio do podcast This American Life, que mostrou uma cabine de telefone japonesa chamada “telefone do vento”. É de propriedade do jardineiro Itaru Sasaki, de 70 anos, que comprou a cabine depois que seu primo morreu. Para ele, o telefone era uma maneira de expressar seu amor aos mortos. Já os alunos pedem a diferentes pessoas que testemunhem e compartilhem suas experiências nesse telefone.

A Green School oferece aos jovens a chance de serem ouvidos, de elevarem suas vozes. É como eu digo: “Você precisa correr riscos. Isso pode ser assustador, porque é diferente de tudo que estamos acostumados. Mas é possível. Então, SEJA A MUDANÇA QUE VOCÊ QUER VER!”

 

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