Conectada apenas aos boletos
A Vitória trouxe, na coluna desse mês, um caso pessoal que registra e comprova uma série de problemas estruturais que impactam o acesso à internet.
Por Vitoria Rodrigues de Oliveira
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Nos dias atuais, pra quem vive principalmente nos centros urbanos, a gente depende da internet pra absolutamente toda e qualquer coisa. Parece catastrófico ficar algumas horas sem Wi-Fi: a falta de conexão representa a perda de reuniões, a impossibilidade de estudar e até mesmo a ausência da alegria que causa maratonar aquela série tão amada.
Falando especificamente das periferias, muitas das vezes a gente precisa recorrer a meios não tão legais pra ter acesso a internet – nem sempre a internet da operadora que anuncia na televisão chega aqui. Mas, para entender o motivo, é só pensar um bocado… não precisa se esforçar. Essa internet faz a loja da tia que vende salgados funcionar, o pancadão da festa rolar e até a notícia falsa circular.
E sabe, no começo eu mencionei que ficar horas sem esse acesso é algo terrível… pois imagine para mim ficar dezoito dias sem isso? Porque eu tô. Assim como muitas outras pessoas em toda a Baixada Fluminense do Rio de Janeiro.
Vou chamar o responsável por tudo isso de… grupo. Pois bem, um grupo resolveu atear fogo diretamente na sede da empresa que fornece internet para minha casa e muitas outras em São João de Meriti. Não é uma empresa conhecida, até porque ela é local, mas se você anda por onde eu moro, facilmente saberia dizer qual é.
Não satisfeito, o grupo resolveu cortar os cabos de conexão de várias ruas, inclusive a minha. Nesse rolê, acabou que gente que mora no centro da minha cidade e tem internet que todo mundo conhece também ficou sem, porque o cabo também foi cortado sem mais e nem menos.
Isso tudo, com exceção do fogo na sede, foram coisas que eu ouvi de quem conheço. Nenhum canal de comunicação falou sobre, tampouco a secretaria de ordem pública, nem a responsável pelas telecomunicações.
Falar com a empresa é um problema, porque o robô do WhatsApp encerra o atendimento sem mais e nem menos. Prometem uma visita técnica em sua casa dentro de quarenta e oito horas – eu mesma estou esperando a setenta e duas. No meio dessa realidade, tudo ficou ainda mais absurdo, porque o boleto da internet com o mesmo valor de sempre chegou, como se nada tivesse acontecido.
Essa falta de internet me impossibilita de estudar, de rir vendo um vídeo e até a fazer minhas colunas pra AJN. A realidade de quem não mora na parte rica da cidade é essa, onde uma situação dessas é inimaginável.

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1 Comment
Lendo seu texto, pensei será que a ausência de sinal de Internet seja pela área em que você reside (pelas dificuldades que vivenciam) ou tenha haver com a operadora (seja ela qual for) que fornece o serviço! Digo isso, porque ao lhe mandar o boleto pelo Correio presumi-se que saiba que não há sinal. Boleto impresso é raridade já há algum tempo, em especial, de fatura de Internet! E quem mantém o serviço faz questão de mandar SMS, telemarketing e email da fatura, até para mensurar a chegada do serviço como está. Deve haver Associação de Moradores que pode buscar tratar a questão com autoridades governamentais e a hora é agora que os políticos andam angelicais!