Capilares, com Victor Capellari #01 – O caso Monark
O jovem comunicador Victor Capellari, de Poços de Caldas, Minas Gerais, lança o primeiro episódio de sua coluna de opinião na AJN. Nos episódios quinzenais de Capilares, ele comenta temas do noticiário nacional de jovem pra jovem. Neste primeiro episódio, algumas impressões sobre o caso Monark. Aqui no site, é possível ler o texto da coluna na íntegra.
Ouça aqui:
Por Victor Capellari
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Acredito que não precisamos explicar o que aconteceu com o apresentador Monark do programa Flow podcast, programa esse que se tornou um espaço de debate muito poderoso, e que sofreu um grande golpe com a perda de investimentos por conta das declarações ditas no episódio recente.
O caso abre espaço para uma reflexão sobre postura de líder, que não necessariamente é a pessoa no cargo de comando: um líder é uma pessoa com boa oratória e que consegue convencer as pessoas independente do discurso; um padre de uma cidadezinha ou um apresentador de podcast, por exemplo.
Sempre que pessoas sem preparo e sem filtros alcançam essa relevância, elas acabam por causar danos à sociedade. Um exemplo que parece antigo em meio ao caos de maluquices em que vivemos, foi quando Trump falou em usar injeção de desinfetante contra o coronavírus e os casos de intoxicação por produtos de limpeza aumentaram.
Uma postura sem responsabilidade, ou sem o cuidado de não passar informações erradas ou ruins, que depois tenta justificar dizendo ser brincadeira ou o jeitão dele, por ser um tio do pavê. Mais uma vez inventamos o fogo, para cozinhar o bife e também para queimar aldeias.
Estamos perdendo nossa memória, e isso é muito perigoso. Pessoas em comunidades que se lembram como era perder um ente querido ou conviveram com uma pessoa que tinha sequelas de uma doença, têm muito menos chances de se tornar anti vacinas, por exemplo.
Quando se fala de ser intolerante com o intolerante, não é uma questão de polarização ou de postura bélica; talvez o próprio termo intolerante esteja mal empregado já que intui que teremos a mesma postura do outro.
Não queremos ofender, atacar ou matar ninguém. Assim como acredito ser nocivo esse ambiente, que em nada ensina e somente cria espaço para se criar uma guerra de times, também acredito que a educação e o respeito são um caminho muito mais produtivo.
Mas não podemos tratar a criação de um partido nazista como algo válido. Você pode debater, e validar seus atos em nome da liberdade de pensamento. No entanto, a criação do partido nazista significaria a estruturação do ódio e do preconceito dentro do nosso sistema de governo, de uma forma aberta e com consequências inimagináveis, assim como foi na Alemanha.
Já imaginou um prefeito nazista na sua cidade, um deputado ou senador que tentasse passar as leis do nazismo?
Você pode dizer que isso não aconteceria, mas já aconteceu. E naquela época as pessoas cometeram as atrocidades que cometeram alegando estarem apenas seguindo ordens; nada muito diferente dos tempos atuais, no qual as pessoas comeram detergente por causa da fala de um presidente.
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