Brasil se destaca como 5º país que mais mata mulheres no mundo
Pedro Neves, da Redação | Imagens: Jornalistas Livres e Mapa da Violência Contra a Mulher 2015
Nesta quarta, 1° de junho, aconteceu na Avenida Paulista, em São Paulo, a marcha “Por Todas Elas”, em que mulheres se reuniram para denunciar e lutar contra os estupros que acontecem por todo o país.
“Mulheres, acredito que todas nós ficamos indignadas, tristes e desencorajadas pelo caso de uma irmã ter sido estuprada por 30 homens. Lembramos que nesse momento milhares de mulheres estão sendo estupradas, vamos lutar por justiça por todas nossas irmãs que sofrem nesse momento. Devemos nos juntar e não deixar que esses 30 homens andem impunes e como se nada tivesse acontecido, os queremos na prisão”, consta na descrição do evento no Facebook.
A AJN decidiu então analisar o último Mapa da Violência Contra a Mulher, realizado em 2015, para ressaltar alguns números importantes sobre homicídio contra mulheres, apontando como idade, cor e região interferem nos números, assim como o Brasil se destaca (negativamente) com outros países pelo mundo.
Num grupo de 83 países com dados homogêneos, fornecidos pela Organização Mundial da Saúde, o Brasil ocupa a preocupante 5ª posição de país com maior número de homicídios contra mulheres. Trata-se de um índice de 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, evidenciando que os indicadores locais excedem, em muito, os encontrados na maior parte dos países do mundo.
Efetivamente, só El Salvador, Colômbia, Guatemala (três países latino-americanos) e a Federação Russa evidenciam taxas superiores às do Brasil. Porém, quando comparado à países mais desenvolvidos esses números espantam ainda mais, por exemplo, a taxa é 48 vezes maior que o Reino Unido; 24 vezes a Irlanda ou Dinamarca e 16 vezes mais homicídios femininos que Japão ou Escócia.
Quando a questão é a cor das vítimas, com poucas exceções geográficas, a população negra é vítima prioritária da violência homicida no País. As taxas de homicídio da população branca tendem, historicamente, a cair enquanto aumentam as taxas de mortalidade entre os negros.
O número de homicídios de brancas cai de 1.747 vítimas, em 2003, para 1.576, em 2013. Isso representa uma queda de 9,8% no total de homicídios do período. Já os homicídios de negras aumentam 54,2% no mesmo período, passando de 1.864 para 2.875 vítimas.
A idade das vítimas é outro ponto a ser questionado, analisando a distribuição percentual da quantidade de homicídios registrados em cada idade simples, a distribuição é bem semelhante para ambos os sexos: baixa ou nula incidência até os 10 anos de idade, crescimento íngreme até os 18/19 anos, e a partir dessa idade, tendência de lento declínio até a velhice.
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