Brasil de Quem?

“Não espere que um candidato mude o país. Você tem que mudar o país!”

Por Victoria Souza

De quem é o nosso país?

Pertence a candidato X ou a candidato Y?

Pertence a quem apoia partido X ou partido Y?

De quem é a nossa bandeira?

Para quem estaremos entregando ela no início de 2023.

Depois de alguns anos degustando a democracia, tem pessoas querendo retroceder. Depois de alguns anos votando em candidatos errados, tem pessoas insistindo em continuar mantendo o mesmo erro. A questão política virou assunto mortal. Quem não concorda com a opinião do outro, corre sérios riscos de ser agredido verbalmente ou fisicamente: pintura do caos instaurado na nação verde e amarela. Cores essas, aliás, que nem conseguimos mais utilizar de forma segura nas ruas.

Até isso estão tentando tirar de nós!

É interessante analisar as notícias do dia a dia e perceber o quanto a polarização política tem nos atrapalhado enquanto nação, e como nós poderíamos enxergar que as últimas atitudes, além de não ajudarem a resolver nossos problemas, estão nos colocando ainda mais como agentes de destruição. Destruição sim, porque estamos destruindo muito do que foi construído ao longo de um árduo caminho.

O que mais entristece em toda essa questão é que estamos discutindo preferências políticas e não propostas políticas. Além disso, não estamos nem falando de quem realmente tem papel na construção de políticas públicas eficazes, como senadores e deputados, por exemplo. Cargos esses que, entra ano e sai ano, precisamos escolher entre candidatos menos sátiros, menos ‘palhaços’, menos despreparados, os menos ‘mais do mesmo’, ou seja, os menos piores.

E foi tentando refletir em meio a esse caos que ouvi essas músicas do Mc Sid (que transformou indignação em arte, aprendizado e alerta), e resolvi escrever esse texto e te questionar:

De quem é o Brasil? No que se tornou o Brasil? Qual o futuro você quer para o Brasil?

Obviamente que não podemos nos iludir e pensar que o caos começou ontem, é preciso examinar o projeto do Brasil com muita calma. É preciso entender que a educação nunca teve seu lugar devido e por isso e por outras coisas, chegamos onde chegamos. E se você ainda não acredita que chegamos no fundo do poço, deve viver alheio à realidade dos milhares de famintos caçando ossos nos últimos tempos, alheio à realidade dos milhares de jovens que desistiram de estudar, de prestar o Enem e de ingressar em uma universidade por conta da pandemia, alheio à milhares de Marias (mães solos da favela) que só tiveram uma oportunidade de viver, de se proteger da Covid-19 graças à ajuda de ONGs e não do governo; e por fim, alheio aos milhares de profissionais que trabalharam duro para combater esse mesmo vírus e continuam desvalorizados nesse país.

Já passamos por diversas situações em eleições democráticas, mas continuo vendo políticos utilizando a máquina pública para se elegerem, fazendo conchavos e ameaças, empregando funcionários e exigindo que eles os ajudem na sua reeleição, espalhando fake news para governar e uma séria de outras condutas ilegais para alcançarem o que querem e pasmem: vida que segue.

Ilustração Angeli

Misture religião, falso moralismo, violência, pouca diversidade e representatividade, interesses escusos, poucos agentes de transformação que querem genuinamente uma transformação e pronto,  eis o ambiente político.

Por essas e por outras, adquirimos um ódio generalizado pela política. Ninguém quer falar de política com medo das reações do outro, ninguém quer falar de política porque é chato, ninguém quer falar de política, porque afinal ‘ninguém presta’.

O ódio generalizado pela política nos trouxe algumas das consequências mais funestas que nem poderíamos supor. É lógico que é de se entender esse ódio, somos representados por políticos corruptos e que sempre querem dar um jeito de obterem vantagens para si. Um questionamento recente que me fez pensar e que quero deixar por aqui:

Será que os políticos são mesmo o reflexo da maioria quem o elegeu?

Sem me ater muito a esse ponto e depois de estudar um pouco o projeto de Brasil, olhemos para onde estamos e analisemos onde queremos chegar. O Brasil sempre teve suas qualidades, apesar de nunca enxergarmos isso: celeiro do mundo, natureza abençoada, diversidade em tudo, uma população criativa e raçuda. Apesar de todas essas qualidades, muitos de nós aparentemente não enxergam nada disso e sempre estão tentando sair daqui ou destruir nosso território de alguma forma.

Logo, precisamos ressaltar que o cenário de caos pode mudar e que nós temos deveres importantes nesse mês de outubro. A juventude pode ter um papel decisivo nessas eleições. E não estou falando especificamente da presidência, mas de todos os outros cargos políticos que vamos eleger neste ano. Precisamos de discernimento e responsabilidade porque absolutamente todos os problemas que enfrentamos começam na política: começam nos candidatos preparados ou não que vamos escolher, começam nas decisões que tomarmos agora perdurando por mais 4, 8, 10, 12 anos, trazendo ou consequências desastrosas ou oportunidades de melhoria e vitória para todos… sim, para todos!

E lembro ainda que o nosso papel político não acaba no mês de outubro. Nosso trabalho começa agora e não poderemos descansar ou fechar os olhos. É nosso dinheiro que está na mão do governo, são nossos interesses que estão na mão do governo, é o nosso futuro está na mão do governo…

E aí, já decidiu? 

Brasil de quem?

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