Avanços e desafios da I Conferência Nacional de Juventude
Por: Gabriela Ferraz (AM) e Alex Pamplona (PA)
As “juventudes” brasileiras voltam a se encontrar três anos depois da 1ªConferencia Nacional da Juventude, que aconteceu em 2008, para participar da 2ª Conferência, para debater e formular políticas públicas, a partir de novos desafios da atual conjuntura em que vive a população juvenil, e também para avaliar e celebrar avanços e desafios aos longo desses três anos.
O Estado brasileiro vive um momento histórico no avanço das políticas públicas, reconhecendo a população de 48 milhões de habitantes entre 15 e 29 anos, dos quais 34 milhões têm entre 15 e 24 anos. É nesta faixa etária que se encontra a parte da população atingida pelos piores índices de desemprego; evasão escolar; falta de formação profissional; mortes por homicídio, com destaque para jovens negros, pobres e moradores da periferia; envolvimento com drogas e com a criminalidade.
Para mudar essa triste realidade, diversas organizações de juventude, em âmbito local e global, individual e coletivamente, vêm desenvolvendo projetos de formação e Advocacy, que possibilitem a construção de políticas que garantam o exercício pleno da cidadania e reconheçam o jovem enquanto sujeito de direito. Entre as principais conquistas, destaca-se a criação da Secretaria Nacional de Juventude, Conselho Nacional de Juventude, PEC da Juventude, e, mais recentemente, a aprovação do Estatuto da Juventude aprovado na Câmara Federal. Essas e outras conquistas são fruto de um intenso processo de mobilização e articulação, que, durante a 1ª Conferência, se consolidaram.
“O grande avanço foi inserir a pauta de juventude nacionalmente, integrando Estados e municípios naquele momento, e isso serviu pra expandir o diálogo entre sociedade civil e gestores público. Avalio também que o gestor ainda desenvolve ações tímidas de aproximação, atuando apenas com movimentos de juventude que já são articulados, e precisamos avançar para outros grupos que também se articulam, mas que não estão inseridos no debate. Acredito que a 2ª Conferencia de Juventude vai consolidar as bandeiras de luta da juventude, apontando para um gestão compartilhada, além de evidenciar outras demanda”, avalia Fernando Nascimento Silva Neto, secretário de Juventude do Distrito federal.
Entre as 22 principais prioridades, destacaram-se em 2008 as diretrizes étnico/raciais de/para/com as juventudes. Por isso conversamos com José Roque Peixoto, para saber o quanto essa prioridade avançou: “Nossa principal dificuldade era como se desdobrariam aquelas propostas definidas na 1ª conferência, e nossa principal estratégia foi de monitorar essa proposta junto com diversos grupos de juventude negra do país, agora avançamos bastante quando conseguimos implementar um plano nacional contra a mortalidade da juventude negra”