As Marias do Chapéu Mangueira

Texto: Jackson Boa Ventura |Imagem: Viva Favela

Moradores das comunidades Babilônia e Chapéu Mangueira, no bairro do Leme, se organizaram e junto com algumas instituições públicas, privadas e do terceiro setor e organizaram dois dias de bate-papos, oficinas e atividades culturais, além de uma caminhada ecológica pelas comunidades. O evento gira em torno de uma pergunta base, e que apesar de sua simplicidade possui uma resposta complexa resposta: ” Como deve ser a comunidade que queremos?”

Para entender mais sobre a história da comunidade e as principais mudanças vivenciadas pelos moradores, entrevistamos duas das mais antigas moradoras do Chapéu Mangueira. Dona Maria (62) e Dona Maria Lúcia (68) passaram mais da metade de suas vidas no Chapéu, segundo elas a maior mudança que a comunidade já sofreu foi a sua retomada pelas forças de polícia pacificadora, ocorrida no ano de 2009. Desde a ocupação da polícia  a rotina da comunidade vem sendo alterada cada vez mais, porém certos hábitos e problemas permanecem e preocupam. Um exemplo é a precariedade no sistema de saúde, problema que não se restringe só a comunidade, mas a toda cidade. A limpeza e manutenção dos muitos córregos da comunidade, e principalmente a preservação da mata tem sido prioridade nas reuniões das associações comunitárias.
Perguntamos as “Marias do Chapéu Mangueira” o que elas não desejam para a comunidade, e a resposta foi comum e direta. “Não queremos o retorno do tráfico, nem ser esquecidos pelo governo ou viver à margem da sociedade, como um dia vivemos.”

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