Água e Mudanças Climáticas: o que podemos fazer?

Mais de 90% dos desastres relacionados às mudanças climáticas envolvem a água. Como os desafios são enfrentados em diferentes países? Confira o que rolou em um painel especial sobre o tema na COP 25.
Por Astghik Zakharyan. Tradução por Juliana Santos Winkler.

Durante o primeiro dia da COP25, o evento paralelo “Água e mudança climática: engajamento de atores privados e mobilização da comunidade para promover o baixo carbono” estava cheio de pessoas dispostas a ouvir exemplos, explicações, informações, soluções… os palestrantes traziam soluções do México, Taiwan e Columbia. 

Os expositores desse evento em particular foram: Unyime Robinson, diretor executivo da Water Safety Initiative Foundation; Kai Zimmerman, presidente da Fundação Zenega; e Shan Shan Guo, vice-presidente da Delta Electronics Foundation, representante da International Water Association e Representante da Growndwater.

Os palestrantes foram muito sinceros e, em alguns momentos, foi possível ouvi-los falando não como se fossem eles a trazer soluções, mas sim como aqueles que as querem encontrar, tanto quanto qualquer um de nós na plateia ou em nossas casas. O que me levou a pensar: quem está realmente trabalhando nas soluções agora? Quem tem o poder? Quem sabe mais?

A Associação de Desenvolvimento de Engenharia Ecológica Sustentável de Taiwan apresentou a tecnologia JW para preservação de água e introduziu uma interessante “inovação”, que imita o “caminho da natureza” quando se trata de secas e inundações. Nas áreas urbanas, as ruas representam um bloqueio entre a água da chuva e a terra, criando a necessidade de se drenar a água das ruas após a chuva. Essa água se torna praticamente inútil. O sistema projetado por eles, no entanto, cria “ruas vivas” em que a água é coletada logo abaixo das valas, impedindo uma inundação – e, em caso de seca, ela pode ser usada para agricultura ou até como água potável. Para levar um projeto piloto para seu país, consulte este site.

Para a pergunta “Quem você acha que é o agente mais importante na ação climática, para resolver os desafios da água?”, as respostas foram: 

Mídia e comunicação: É muito importante que nós, que somos testemunhas, que temos dados, que estamos na posição de comunicação, comuniquemos a urgência do tema ao público.

Comunidade: uma tremenda mudança tem sido observada no envolvimento da comunidade; portanto, enquanto ela se levantar, as soluções deverão surgir.

Setor privado: o poder está nas mãos dos negócios. Se eles passarem a produzir bem, desperdiçar menos e serem mais ecologicamente corretos, muitos dos problemas desaparecerão.

Repensar o sistema será a ação mais importante: mudar a maneira como construímos, pensamos, educamos. Devemos pensar no “caminho da natureza” e nos adaptarmos a ele. 

E será que os governos fizeram ou não o suficiente? Confira as respostas dos participantes! 

É uma questão muito complexa e difícil de dizer. O que está claro é que é preciso fazer mais em relação ao gerenciamento de águas residuais e à distribuição uniforme de água limpa entre as comunidades – e também é uma questão de envolvimento de todos os agentes. Nenhuma parte interessada consegue fazer o suficiente sozinha.

Às vezes o governo quer implementar uma solução em uma estrutura legal, mas fracassa porque o poder está nas mãos de grandes empresas ou do setor privado. Por isso é preciso envolver, no mínimo, dois deles simultaneamente.

Os governos têm tentado e continuam tentando, mas o processo às vezes é difícil para eles também. 

Eu, como jovem empreendedor social profundamente preocupado com os desafios da água, quis saber: “De que tipo de colaboração estamos falando? Com quem devemos colaborar quando estamos em uma posição de poder e possuímos os recursos? O que um jovem pode fazer se quiser se envolver e co-criar a solução para os problemas do nosso planeta?” Susana Velez Haller, gerente de portfólio do South Pole, mencionou que eles realmente querem se envolver, oferecer estágios, intra-empreendedorismo e outras oportunidades. Vou me encontrar com ela em breve para discutir mais. 

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