Adolescentes e jovens realizam ação sobre direitos humanos

Em Belém, na tarde da última quinta (13), adolescentes e jovens que compõem a turma do Curso de Comunicação Popular do Projeto Jovens Comunicadores da Amazônia, realizado pelo Instituto Universidade Popular – Unipop, por meio do Programa: Juventude, Participação e Autonomia – JPA, dialogaram com diversas pessoas que passavam e trabalham no espaço da Praça Brasil. O grupo teve a oportunidade de falar com 95 pessoas, entre adolescentes, jovens, adultos/as e idosos/as, de diversas faixas de escolaridade desde o ensino fundamental até o superior. Os participantes foram convidados/as a responder uma enquete simples com questões relacionadas aos direitos humanos.

Quando perguntados/as se já tiveram seus direitos violados ou desrespeitados 63% afirmou que sim e 37% apontou que não. Sobre o fato de individualmente respeitar os direitos humanos 97% disse que sim e 03% afirmou que não. Em relação a conhecer todos os direitos humanos 88% informou que não e 22% afirmou que sim. Por fim, foi disponibilizado uma lista com direitos e solicitamos aos/as participantes indicarem os 3 mais importantes, ficando da seguinte forma: Liberdade e Segurança (40), e Saúde (39).

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|Arte: Ethel Rudnitzki

A adolescente Leidelene da Silva, de 16 anos, gostou da ação: “Eu percebi que pessoas tem uma ideia de direitos humanos, nenhuma das que eu entrevistei disseram que não sabem ou nunca tinham ouvido falar e a maioria acha que tem seus direitos desrespeitados.”

Falar sobre direitos humanos tem se colocado como um grande desafio, mas, ao mesmo tempo, trata-se de um movimento necessário, sobretudo pelo fato de que equívocos são constantemente propagados por setores da sociedade, entre eles os meios de comunicação tradicionais, que reforçam ideias do tipo “direitos humanos é para proteger bandido”, discurso bastantes presentes em programas policialescos.

Os dados que se apresentam a partir dos diálogos confirmam o que organizações da sociedade civil vem denunciando, como a violação de direitos, sobre a necessidade de se respeitar os direitos humanos, a necessidade de conhecer de forma profundo cada um deles e por fim os três direitos mais citados refletem o nosso momento conjuntural de liberdade ameaçada pela falta de segurança e problemas enfrentados no campo da saúde. É importante destacar que a declaração universal dos direitos humanos em seu artigo III, afirma que “toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.”

O jovem Rangel Viana, de 21 anos, relata a experiência lhe trouxe “senso de humanidade, de me relacionar mais abertamente com as pessoas de ouvir e encarar o outro. Lembro-me das abordagens que fiz e tirei um bom proveito, pois vi nisso a grande oportunidade de desenvolvimento pessoal pelo fato de quebrar as barreiras que limitavam a minha espontaneidade de expressão perante as pessoas. É claro! Saber que eu posso despertar na outra pessoa um sentido de reflexão perante as questões abordadas”, finaliza.

Historiador, educador do Instituto Universidade Popular e membro do Instituto Amazônico de Comunicação e Educação Popular - IACEP.

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