Precisamos repensar o dia das mães!
Por: Jefferson Rozeno / Foto: Divulgação
Sempre no segundo domingo do mês de maio, é comemorado o dia das mães, o que pouca gente sabe é que essa data foi criada com um propósito, que se perdeu entre tantos anos de comemoração.
Quem popularizou às homenagens ao dia das mães foram as ativista feministas Ann Maria Reeves Jarvis e sua filha Anna Jarvis que anos depois da morte de sua mãe, criou um memorial em homenagem e iniciou uma campanha para que o Dia das Mães fosse um feriado reconhecido. Ela obteve sucesso ao torná-lo oficial nos Estados Unidos em 8 de maio de 1914. Data que se popularizou internacionalmente
Pautadas pelo feminismo e ideais de valorização da mulher, o data possuía objetivos bem diferentes, a proposta original era que os filhos visitassem suas mães e passassem o dia com elas, agradecendo pelos esforços que elas fizeram em sua criação. Entretanto, a data acabou pendendo para o lado comercial. Com a crescente comercialização do Dia das Mães Anna Jarvis afastou-se do movimento, lamentou por sua própria criação e inclusive lutou para a abolição do feriado.
Hoje, o dia das mães representa a 3º data de maior faturamento do calendário varejista online do Brasil com resultados atrás apenas da Black Friday e do Natal, de acordo com a Ebit, estima-se que as vendas alcancem R$ 2,16 bilhões, considerando o Brasil como cenário principal da pesquisa, o termo “dia das mães” está 50% mais procurado em março deste ano. Para os produtos, palavras-chave como “geladeiras em promoção”, ‘fritadeira elétrica”, “máquina de lavar” e “microondas” tiveram um aumento de procura, respectivamente, de 124%, 83%, 50% e 49% entre maio 2016 e 2017.
A escolha de presentear mães com utensílios domésticos reacendem um debate pautado no feminismo, eles reforçam estereótipos negativos: “Presentear mães com utensílios de cozinha e eletrodomésticos reforça esteriótipos machistas por que com esses tipo de “presente” está implícita a ideia de que os afazeres domésticos são obrigações da mulher (mãe). Utensílios domésticos raramente são dados a homens, ainda menos no dia dos pais”. É o que conta Ana M, artesã, professora de dança e idealizadora da página ventre feminista.
Vivemos em uma sociedade desigual, mulheres ainda recebem menos que os homens, são as que mais sofrem com violência e privação de direitos, para a feminista este é um problema estrutural da sociedade que influencia diretamente o consumo, nos shoppings e lojas, os anúncios frequentes de produtos para a casa, reafirmam essa cultura de consumo estereotipado, associando a mulher com o papel de “dona de casa”, “serviçal”, “prestadora de serviços intrafamiliar”.
Ana, aponta as diferenças entre esta e outra data parecida, o dia dos pais, “No dia dos pais, nota-se que as “sugestões” do comércio de presentes são bem diferentes das sugestões do dia das mães. Parece que mulheres não compram carro, não usam celular, não fazem churrasco, não bebem cerveja, apenas limpam e cozinham […] A sociedade lê os papéis de homens e mulheres de formas muito diferentes.
Embora dispostos a mudar e realmente valorizar nossas mãe, reproduzimos esses estereótipos por vezes até de forma inocente, por este motivo criamos algumas dicas para valorizar essas pessoas incríveis que chamamos de mãe.
1-Presenteie sua mãe e não a si mesmo: Quando escolher algo para sua mãe, pense apenas nela, e sem seu bem estar. Quando você compra algo para a casa, obviamente o presente não será dela e sim dos possíveis moradores da família.
2-Beleza e autoestima: Perfumes, roupas e acessórios podem ser uma ótima opção para valorizar a beleza que já existe em sua mãe, certifique-se se ela realmente gosta destes produtos!
3-Autoconhecimento: Livros, viagens coisas relacionadas promovem o autoconhecimento e equilíbrio emocional, pauta frequentemente abordada na área da saúde da mulher
4-Fique com sua mãe: O principal é passar um tempo com sua figura materna, enchê-la de carinho, e gratidão.