23 de setembro é o Dia da Visibilidade Bissexual
O que é ser bissexual? Vem desfazer mitos e entender mais sobre a importância de celebrar essa data
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Ser uma pessoa bissexual é, muitas vezes, sinônimo de pessoa pervertida, confusa, contaminada, indecisa. As campanhas realizadas no dia 23 de setembro, Dia da Visibilidade Bissexual, buscam combater esses estigmas e acolher a bissexualidade na comunidade LGBTQ+.
O 23 de setembro foi criado em 1999 por três ativistas norte-americanos bissexuais, Wendy Curry, Michael Page e Gigi Raven Wilbur e é celebrado em diversas partes do mundo com atividades que vão de palestras a shows e marchas. Uma das grandes bandeiras da comunidade bissexual é a derrubada de mitos que rondam sua sexualidade e a luta contra a invisibilidade.
Se você ainda não sabe, uma pessoa bissexual sente atração sexual e romântica por mais de um gênero ou por todos os gêneros. A invisibilidade da pessoa bissexual passa por muita fetichização e desinformação, que podem acabar tendo consequências sérias para a saúde mental e para a autoestima. Bora desfazer alguns deles?
1. Ser bissexual é estar no grupo de risco para ISTs/Aids
Não, isso não é verdade. Até porque o termo “grupo de risco” não é adequado para ser usado quando falamos sobre ISTs e HIV/Aids, pois ele por si só é estigmatizante. Essa afirmação é preconceituosa e vem da ideia de que as ISTs e a Aids são mais facilmente transmitidas através do sexo entre uma mulher e um homem ou entre dois homens. A pessoa bi não corre mais riscos de contrair ISTs por ser bi. Todas as pessoas ficam expostas ao fazerem sexo sem proteção.
Foca no mantra: Não existe grupo de risco; existe comportamento de risco!
2. Bissexuais são gays que não saem do armário
Nãnãninanão! A pessoa bissexual tem desejos legítimos e, apesar do ceticismo e das pressões da lógica binária, ela não é obrigada a “assumir um lado” – gay ou hétero – em algum momento da vida.
3. A vida bissexual gira em torno do sexo
Claro que não! A pessoa bissexual não tem a vida controlada pelo sexo. Assim como a vida de todo mundo, a vida da pessoa bi é repleta de atividades, gostos e afinidades diversas e o sexo é apenas uma parte de suas vidas. Parte da luta da comunidade bi é de combate ao fetichismo e aos mitos da promiscuidade e da ‘incapacidade de amar’, que pode chegar inclusive à comparações tóxicas entre bissexualidade e psicopatias.
4. A bissexualidade é indecisão
Não, a pessoa bissexual não está indecisa sobre seu desejo sexual. É comum em nossa sociedade que a pessoa bissexual seja encarada como alguém que está decidindo se é homossexual ou heterossexual, mas isso não é verdade. Assim como aceitamos que pessoas possam se sentir atraídas por outras com tamanhos, etnias e cor de pele e estilos de vida diferentes, pessoas bissexuais se interessam por pessoas de diferentes gêneros e isso é legítimo.
5. Ser bissexual significa ter muitos parceires ao mesmo tempo
Não! Ser bissexual é sentir atração por pessoas de diferentes gêneros. Isso não significa que a pessoa bissexual obrigatoriamente terá muitos parceires ao mesmo tempo. Elas podem ter relacionamentos com pessoas diferentes, mas só se e quando quiserem.

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Saúde Bissexual
É importante lembrar que manter as consultas médicas e exames periódicos em dia deve ser compromisso de todas as pessoas, independente da sua orientação sexual.
A rede pública de saúde oferece programas de prevenção, testagem e tratamentos para diversas ISTs e para a Aids. Saiba como funcionam esses serviços na capital paulista conhecendo a página doPrograma Municipal de DST/Aids de São Paulo.
Para aprender um pouco mais: aqui no site do Pra Brilhar disponibilizamos roteiros de oficinas educomunicativas sobre temas de gênero e sexualidades.
Festival pra celebrar
Em 2020, a pandemia do coronavírus mudou a ordem das coisas, e também mudou as celebrações do Dia da Visibilidade Bissexual. Nossa dica #prabrilhar na celebração é acompanhar o Festival Bi+, organizado pela Frente Bissexual Brasileira e que acontece no dia 26 de setembro, a partir das 15h, tudo online:


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Este conteúdo foi originalmente publicado no site do Pra Brilhar! – projeto da Viração Educom para jovens LGBTQ+ na cidade de São Paulo.
1 Comment
Aos 20 anos, idos de 1986, tive minha primeira relação Homossexual e foi com um Bissexual: colega e amigo! Época em que não havia tanta conversa sobre o tema e preponderante era a atração! Mas mesmo sendo jovem, ele quase quarentão, tive maturidade de aceitar caso o encontrasse acompanhado por mulher e ele ereto me iniciando disse a ele que importante era aquele momento e a amizade mais ampla que estávamos começando!