“Quem governa a Polônia?”

Por Daniele Saguto, da Agenzia di Stampa Giovanile

À frente do Nardoway Stadium, olhando em direção ao sul, se veem a distância as chaminés fumegantes de uma central de carvão. Trata-se da central Siekierki, desde 2012 de propriedade da PGNiG, uma grande empresa estatal polaca, cujas emissões de CO2 são de cerca de 3,2 milhões de toneladas ao ano.

A Polônia depende do carbono para a maior parte de seu consumo energético e, em 2012, foi a nona maior produtora de carbono do mundo.

Parece irônico também que, a poucos quilômetros de distância da COP19 (onde continuam as discussões sobre como reduzir os efeitos negativos do aquecimento global), aconteceu ontem o International Coal & Climate Summit, aberto com discursos do Primeiro Ministro polaco Janusz Piechociński e da secretária executiva do UNFCCC Christiana Figueres (que, dessa forma, reconhece e valoriza o encontro). É uma forte mensagem da parte do governo polaco interessado em proteger os interesses da indústria do carvão, obstaculizando, ao mesmo tempo, as negociações oficiais de criação de políticas ambiciosas e eficazes no âmbito climático.

Tudo isso sem tomar conhecimento da verdadeira vontade da população: uma pesquisa recente mostrou que mais de 70% dos polacos querem investimentos governamentais em matéria de energia renovável e que mais de 80% da população considera a mudança climática um problema sério que o governo deveria enfrentar.

Apesar disso, as pessoas-chave da política polaca, ao lado da “World Coal Associacion”, assinam o assim chamado “Warsaw Communiqué”, no qual se tenta mostrar que é possível enfrentar a mudança climática continuando a queimar carvão, utilizando tecnologias de baixa emissão.

Como destacaram alguns representantes do WWF durante uma coletiva de imprensa, a verdade é diferente daquela apresentada durante a Summit: o carvão não é um recurso econômico, mas tem custos humanos e ambientais terrivelmente altos e está alimentando a mudança climática e agravando seus impactos: a ideia de que possa existir um “carvão limpo” é um mito, uma tentativa desesperada da parte desse setor industrial para sobreviver, como destacou uma carta enviada pelo Greenpeace às Nações Unidas.

Samantha Smith, do WWF Global Climate & Energy Initiative, declarou: “Aqui em Varsóvia, as negociações em andamento foram freadas pelos interesses de algumas grandes companhias nos combustíveis fósseis e pelos governos que dependem delas. Trata-se de uma situação política escandalosa, quando sabemos que queimar combustível fóssil é a maior fonte de poluição.”

Enquanto, no interior do prédio do Ministério da Economia polaco, os lobistas vindos de todo o mundo continuavam a falar do “carvão limpo”, fora do edifício vários grupos e organizações se manifestavam.

Estavam presentes os membros da campanha Cough4Coal, que organizaram diversas performances em torno de um pulmão inflável de 7 metros, e do “people before Coal”, protestando contra os custos sanitários ligados ao uso do carvão, que chegam a 8 bilhões de Euros e causam cerca de 3000 mortes prematuras todos os anos (como mostrado por uma pesquisa realizada pela “Health and Environment Alliance”) e, por fim, alguns ativistas do Greenpeace que, no teto do Ministério da Economia, desenrolaram uma faixa com as palavras:

“Quem governa a Polônia? A indústria de carvão ou as pessoas?”.

Versione Italiana

“Chi governa la Polonia?”

Di Daniele Saguto dall’Agenzia di Stampa Giovanile

Affacciandosi dal Nardoway Stadium, guardando in lontananza verso Sud, si scorgono le canne fumarie di una centrale a carbone. Si tratta della centrale Siekierki, dal 2012 proprietà della PGNiG, una grande impresa statale polacca, le cui emissioni di CO2 sono di circa 3,2 milioni di tonnellate all’anno.

La Polonia dipendente dal carbone per la maggior parte del suo fabbisogno energetico e, nel 2012, è stata il nono produttore di carbone più grande del mondo.

Risulta chiaro ed allo stesso tempo ironico che a pochi chilometri di distanza dalla COP19 (dove continuano le discussioni su come ridurre gli effetti negativi del riscaldamento globale) è stato ospitato ieri l’International Coal & Climate Summit, aperto dai discorsi del Primo Ministro polacco Janusz Piechociński e del segretario esecutivo dell’UNFCCC Christiana Figueres (che in tal maniera riconosce e valorizza l’incontro). É un forte messaggio da parte del governo polacco interessato a proteggere gli interessi dell’industria del carbone, ostacolando contemporaneamente all’interno delle negoziazioni ufficiali la creazione di politiche ambiziose ed efficaci in ambito climatico.

Tutto questo senza tener conto della reale volontà della popolazione: un recente sondaggio ha mostrato infatti che più del 70% dei polacchi vogliono investimenti governativi in materia di energia rinnovabile e che più dell’80% della popolazione considera il cambiamento climatico un problema serio cui il governo dovrebbe far fronte.

Nonostante questo i vertici della politica polacchi assieme alla “World Coal Associacion” sottoscrivono il cossiddetto “Warsaw Communiqué”, in cui si evidenzia come sia possibile contrastare il cambiamento climatico continuando a bruciare carbone, utilizzando tecnologie a bassa emissione.

Come hanno messo ben in luce alcun dei rappresentanti del WWF durante una conferenza stampa, la verità è diferente da quella presentata durante il Summit: il carbone non è una risorsa economica, ma ha costi umani ed ambientali terribilmente alti e sta alimentando il cambiamento climatico e aggravandone i suoi impatti: l’idea che possa esistere qualcosa come il “carbone pulito” è solo un falso mito, un disperato tentativo da parte di questo settore industriale di sopravvivere, come sottolineato in una lettera inviata dal Greenpeace alle Nazioni Unite.

Samantha Smith, di WWF Global Climate & Energy Initiative, ha detto:

“Qui a Varsavia, i colloqui in corso sono frenati dagli interessi che alcune grandi aziende hanno sui combustibili fossili e dai governi che si trovano nelle loro tasche. Si tratta di una situazione politica scandalosa, quando sappiamo che bruciare combustibili fossili è la più grande fonte di inquinamento”.

Mentre arroccati all’interno del Ministero dell’Economia polacco i lobbisti provenienti da tutto il mondo hanno continuato a parlare del “carbone pulito”, fuori dalle mura dell’edificio vari gruppi ed organizzazioni manifestano.

Sono presenti i membri della campagna Cough4Coal, che ha organizzato varie performance attorno a dei polmoni gonfiabili di 7 metri, i “people before Coal” che hanno protestato per evidenziare come i costi sanitari connessi all’uso del carbone ammontino ad oltre 8 miliardi di Euro e causino circa 3000 morti premature ogni anno (come evidenziato da una ricerca condotta dall”Health and Environment Alliance”) ed, infine, alcuni attivisti di Greenpeace che, saliti sul tetto del Ministero dell’Economia, hanno srotolato uno striscione con la scritta:

“Chi governa la Polonia? Le industrie del carbone o le persone”.

 

Evelyn Araripe é jornalista e educadora ambiental. Foi educomunicadora na Viração Educomunicação entre 2011 e 2014. Atualmente vive na Alemanha, onde é bolsista do programa German Chancellor Fellowship for tomorrow’s leaders e administra o blog Ela é Quente, que conta as histórias de vida de mulheres que estão ajudando a combater os efeitos das Mudanças Climáticas ao redor do mundo.

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